tag:blogger.com,1999:blog-24663881578298161612024-03-28T07:57:06.028-02:00Crônica do DiaEduardo Loureiro Jr.http://www.blogger.com/profile/02778083075937962821noreply@blogger.comBlogger4579125tag:blogger.com,1999:blog-2466388157829816161.post-79590676760505855782024-03-28T01:30:00.010-02:002024-03-28T01:30:00.146-02:00TUDO ESTARÁ BEM, AGORA >> whisner fraga<p> </p><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhxePfJBG07cGn0k8yK1UJOlQrw0CE9Y5p96z6Bb_0Tz5LxNw6rKE4pX2nDi7kIiZE4nXuOuSq96HcH508RN63y1qgEUpyQ_jJPCmaJDW5LLYkBt2KyQuUXC9CsTus6kd5EiFZyprIFngxUl8VV8iRKbkIkMqBy2TzqybxS-16WhW7-ruTcC_Vx5YQY34uQ/s1024/DALL%C2%B7E%202024-03-27%2014.27.05.png" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="1024" data-original-width="1024" height="320" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhxePfJBG07cGn0k8yK1UJOlQrw0CE9Y5p96z6Bb_0Tz5LxNw6rKE4pX2nDi7kIiZE4nXuOuSq96HcH508RN63y1qgEUpyQ_jJPCmaJDW5LLYkBt2KyQuUXC9CsTus6kd5EiFZyprIFngxUl8VV8iRKbkIkMqBy2TzqybxS-16WhW7-ruTcC_Vx5YQY34uQ/s320/DALL%C2%B7E%202024-03-27%2014.27.05.png" width="320" /></a></div><br /><p></p><p>quinta trinta e cinco a máxima,</p><p>sexta vinte e dois,</p><p>haja pulmão para tanta diferença de temperatura em tão pouco tempo,</p><p>os brônquios rateiam,</p><p>todos se acalmam com o término do aquecimento global,</p><p>mas se impacientam com as filas nos prontos socorros,</p><p>as calotas polares continuam o processo de fusão,</p><p>e logo voltaremos a trinta e sete ou mais,</p><p>por enquanto o frio chegou (e, olha, houve avisos),</p><p>mas já que venta suave, as previsões não boa interessam mais,</p><p>podemos fechar a tela do climatempo e abrir a do tik tok,</p><p>ufa, podemos deixar as usinas a carvão desativadas,</p><p>e, nos hospitais, os pacientes esperam, tossem e reclamam de dores nas juntas,</p><p>dengue?, alergia?, pneumonia?, resfriado?, meningite?,</p><p>um gato ronrona dentro do peito,</p><p>a febre se vangloria,</p><p>e esta semana teremos calor.</p><p><br /></p><p>------------</p><p><br /></p><p>imagem: dall-e.</p><p><br /></p><p><br /></p><div class="blogger-post-footer"><hr />
<a href="http://www.myblog.com">My Blog Name</a></div>whisnerhttp://www.blogger.com/profile/00207211778430892789noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-2466388157829816161.post-86699968180646596222024-03-27T10:00:00.004-02:002024-03-27T10:00:54.241-02:00CARTAS >> Carla Dias<p></p><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhCkdH6FqiY0VMuF2mLj-6XYrpWKLlMJSNHzOF-RT_mlm2XfVyGfse-AZEY9hBN-PSxPtv3cxigYfIRc_HnNxG5gOEMWqddDXhcbH28R1XzEDA7aRF-TlsMY7Hjq7YllpWDG12cCVwrYJbnmINHS6UP0j_ou2Z24NJDF-TvFanVmY9-K8ORP89ZSKgiOdgp/s1024/_55da365c-4ca6-4984-aa35-fa17fc703f84.jpeg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="1024" data-original-width="1024" height="640" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhCkdH6FqiY0VMuF2mLj-6XYrpWKLlMJSNHzOF-RT_mlm2XfVyGfse-AZEY9hBN-PSxPtv3cxigYfIRc_HnNxG5gOEMWqddDXhcbH28R1XzEDA7aRF-TlsMY7Hjq7YllpWDG12cCVwrYJbnmINHS6UP0j_ou2Z24NJDF-TvFanVmY9-K8ORP89ZSKgiOdgp/w640-h640/_55da365c-4ca6-4984-aa35-fa17fc703f84.jpeg" width="640" /></a></div><br /><div style="text-align: justify;">O irmão gostava de usar o chapéu herdado do tio; a irmã, de cantar acompanhada pelas músicas do toca-karaokê, que o pai arranjou em uma troca, para divertir a família, mas acabou parte dos sonhos dela: tornar-se cantora. O mais novo, ainda às voltas com o aprender a dizer palavras que expressassem a urgência de sua fome, só parava o berreiro depois de receber um cafuné da avó, seguido por algum caldo ou, se tivesse sorte, o adocicado de alguma fruta.</div><p></p><p style="text-align: justify;">De todos os colecionáveis, as cartas do avô sempre foram as mais visitadas, ainda que sob o protesto da avó, que nunca se recuperou do ser abandonada por ele.</p><p style="text-align: justify;">As cartas traziam notícias de um mundo que a filha mais velha enfeitava com imaginados e raramente gastava com impossíveis. Durante a leitura silenciosa, conseguia escutar a voz do avô a dizer palavras que ela nem conhecia. A melhor amiga, que trabalhava na casa de um professor aposentado, a ajudava a encontrar significados em também aposentados dicionários.</p><p style="text-align: justify;">Recebê-las amenizava esperas que ela nem mesmo sabia identificar, feito os acontecidos do longe, uma história ou outra que algum comerciante de passagem deixava escapar. Para proteger seus lucros, e manter os clientes, eles se esforçavam para respeitar a principal norma do lugar: não traga nem leve notícias. Ainda assim, sempre deixavam escapar alguma coisa.</p><p style="text-align: justify;">Depois de muita discussão, os pais permitiram que ela recebesse as cartas do avô. A avó o maldizia, mas ainda com afeto. Acreditava que partida dele tinha a ver com ter conhecido o vocabulário dos boêmios, dos cultos, e, de acordo com ela, dos entendidos em se livrar da responsabilidade de criar uma família.</p><p style="text-align: justify;">Todos os dias, o irmão colocava o chapéu herdado do tio, sujeito sumido há muito tempo. A irmã, acostumada a cantarolar antes do café da manhã, enquanto ajudava a mãe a ajeitar a mesa, emprestava a voz para as mesmas músicas que a avó e a mãe cantavam desde que tinham a idade dela. O mais novo, esparramado no colo da avó, sorria, porque sorrir ajudava a conseguir comida e afeto. Os pais organizavam a rotina dos seus, com esmero.</p><p style="text-align: justify;">A avó torcia para que o avô tivesse encontrado o criador dele, algum deus pagão e manipulador, dos irresponsáveis e incapazes de ensinar o adequado às criaturas que trouxe à vida. Dizia isso com o coração desalentado, pois a ideia de o marido não pertencer mais ao mesmo mundo, partia o coração dela em mil tristezas.</p><p style="text-align: justify;">O avô conhecia lugares, sabia de histórias, de outros tipos de música. Lembrava-se dele ao desanuviar das ideias, mas apesar do tempo da partida, ainda que ela fosse sua companhia de tamanho que lhe permitia enroscar em suas pernas quando se sentia ameaçada por algum bicho que vivia no quintal, nunca esquecera da voz dele.</p><p style="text-align: justify;">Desde que ele partira, pra lá de décadas, ela recebia uma carta a cada dois meses. Era a rotina deles, a manutenção da conexão que não aceitavam romper. Folheia as cartas, cuidadosamente guardadas em uma pasta, como se fossem páginas de um livro. Tem chorado à toa ao fazê-lo. Há quase um ano, elas não chegam. O mundo se calou na voz de seu avô.</p><p><br /></p><p>carladias.com.br</p><div class="blogger-post-footer"><hr />
<a href="http://www.myblog.com">My Blog Name</a></div>Carla Diashttp://www.blogger.com/profile/12441476828930833822noreply@blogger.com2tag:blogger.com,1999:blog-2466388157829816161.post-52862730568654378252024-03-26T12:32:00.002-02:002024-03-26T12:32:18.108-02:00DEPOIS DE TODO AQUELE TEMPO >> André Ferrer<p style="text-align: justify;">O problema estava naquilo que era ser um professor de Química e sempre discutir a vida em termos de reagentes e produtos. Naquilo que sempre tinha sido transpirar e urinar Lógica.
De repente (à luz de um sol que degelava um embrião esquecido), descobriu-se.</p>
<p class="Normal" style="text-align: justify;"><span class="tm5">Na padaria, inacreditavelmente, deixou passar o tubo de reações "desbalanceadas" do “tiozinho” da caixa. Tolerou, minutos depois, a entrópica ignorância
do jornaleiro.</span></p>
<p class="Normal" style="text-align: justify;"><span class="tm5">No carro, à “Rádio Que Toca Notícia”, preferiu uma que tocava música e o repórter do helicóptero, dito “fodão do real time”,
nem foi lembrado. Trânsito sem oráculo. Dia deixado à ventura.</span></p>
<p class="Normal" style="text-align: justify;"><span class="tm5">“Noto que comprou jornal! E que tal?!”, disse o chato na entrada do colégio. “Derrapou, de novo, aquele ‘seu’ herói delator! Hein? Hein? Hein?”</span></p>
<p class="Normal" style="text-align: justify;"><span class="tm5"><table cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="float: left;"><tbody><tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhuGUya2lwid6MMcDCFbeYO9ArVtJKhPkPK7CwguMyU91Qh2n5z6bXH9uq6hCkuZ9N6aW7ZpyqRm-kfANvZAhoaYbdSB4h3eEmXw07wiXswJR47C6uLCt27Aqm0qINuk_BsG11urb2Co3iUNln68rgr1cN8gzHMobxoPSo9f_3DV-9Q8bSuQGdkOAImFOod/s224/VECTOR%20PORTAL.jpeg" imageanchor="1" style="clear: left; margin-bottom: 1em; margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="208" data-original-width="224" height="208" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhuGUya2lwid6MMcDCFbeYO9ArVtJKhPkPK7CwguMyU91Qh2n5z6bXH9uq6hCkuZ9N6aW7ZpyqRm-kfANvZAhoaYbdSB4h3eEmXw07wiXswJR47C6uLCt27Aqm0qINuk_BsG11urb2Co3iUNln68rgr1cN8gzHMobxoPSo9f_3DV-9Q8bSuQGdkOAImFOod/s1600/VECTOR%20PORTAL.jpeg" width="224" /></a></td></tr><tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><span style="font-size: x-small;">IMAGEM: Vector Portal</span></td></tr></tbody></table><br /></span></p><div style="text-align: justify;">Mesmo sendo minoria — no pátio e na vida —, o bedel não incomodou. Quis. Ardeu. Desejou. E, decerto, como se aquilo fosse o ar de todas as manhãs, aspirou!
Inútil. O professor de Química deu de ombros para a política (depois de todo aquele tempo se importando, até que estava feliz).</div><p></p>
<p class="Normal" style="text-align: justify;"><span class="tm5">“Hein?”</span></p>
<p class="Normal" style="text-align: justify;"><span class="tm5">Na sala dos professores, uma cordilheira de caninos, molares e incisivos contra um céu escarlate de bocas. Enfim, a matilha. “Tantos anos”, ele não perguntou, “e
quando foi mesmo que o macho alfa rejeitou um recém-nascido?”</span></p>
<p class="Normal" style="text-align: justify;"><span class="tm5">“As notícias! Ontem. Você já sabe.”</span></p>
<p class="Normal" style="text-align: justify;"><span class="tm5">“Lobo”, não disse, “olhe para trás e aprecie a fila de cheiradores de traseiro!”</span></p>
<p class="Normal" style="text-align: justify;"><span class="tm5">“Hein?”</span></p>
<p class="Normal" style="text-align: justify;"><span class="tm5">Na sua defesa com alma de ataque, o professor de Química disse apenas “bom dia” (porque, afinal, tinha renascido).</span></p>
<p class="Normal" style="text-align: justify;"><span class="tm5">“Queridos”, não disse.</span></p>
<p class="Normal" style="text-align: justify;"><span class="tm5">“Queridos, a guerra por mim não é.” Com todas as forças, não quis dizer (porque renascer é duro é duro é duro). E foi nessa calma,
nesse paraíso, nessa tranquilidade em forma de um cancã de pernas e rabos entremetidos que tudo mais, a manhã e a tarde e o dia, transcorreu.</span></p>
<p class="Normal" style="text-align: justify;"><span class="tm5"> </span></p>
<p class="Normal" style="text-align: justify;"><span class="tm5">______</span></p>
<p class="Normal" style="text-align: justify;"><span class="tm5">Esta crônica faz parte do projeto "Crônica de um ontem" e foi publicada originalmente em 01 de fevereiro de 2016</span></p><div class="blogger-post-footer"><hr />
<a href="http://www.myblog.com">My Blog Name</a></div>André Ferrerhttp://www.blogger.com/profile/00283149437703254726noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-2466388157829816161.post-52154797185038563912024-03-25T20:38:00.001-02:002024-03-25T20:38:32.173-02:00A bicicleta do Lino >> Alfonsina Salomão<p></p><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEisrCtfNXzPG3dkJCAS8UUSeMdPeQs-Zj9Fk6FxUJX-F95J_3IEQ7LBSDX_n3K5E5ovZroZLlkaohNiYGZdH2SJNJPcHZIQId76Ql_-ILevpn4t8_Fh4mZIxErP2jEnErBWG8Qb0D9Pgfrc7PotgUkdYcOOooi73a8gMDxAF7VBv1tomOTGRon1vW-bZj7h/s2016/IMG_8729.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="2016" data-original-width="1512" height="320" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEisrCtfNXzPG3dkJCAS8UUSeMdPeQs-Zj9Fk6FxUJX-F95J_3IEQ7LBSDX_n3K5E5ovZroZLlkaohNiYGZdH2SJNJPcHZIQId76Ql_-ILevpn4t8_Fh4mZIxErP2jEnErBWG8Qb0D9Pgfrc7PotgUkdYcOOooi73a8gMDxAF7VBv1tomOTGRon1vW-bZj7h/s320/IMG_8729.jpg" width="240" /></a></div><br /><p></p><p><br /></p><p>A entrada do prédio,</p><p>Triste, ela está sozinha,</p><p>A bicicleta do Lino.</p><p><i>Lino</i></p><p><br /></p><p>O texto de hoje é um haiku, escrito pelo meu filho de 7 anos, que me encantou pela sensibilidade e simplicidade. O original está na foto, em francês, manuscrito por ele.</p><div class="blogger-post-footer"><hr />
<a href="http://www.myblog.com">My Blog Name</a></div>Alfonsina Salomãohttp://www.blogger.com/profile/03484214436948793965noreply@blogger.com2tag:blogger.com,1999:blog-2466388157829816161.post-45977685921731085512024-03-24T02:00:00.006-02:002024-03-24T02:00:00.122-02:00DE VOLTA >> JANDER MINESSO<p> </p><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhz3ZLAe3MhKERPeniZ5GdAbrwh3QU4wftWIKRmE1NuolpixWxZIlAQGxO1BZBQlFSG6Iefb9S-kdKBDE3wE2y_zGETWFwyfr2UgmF55A6GFl0mCwNcSm_j37tz34rFeU-S-PcOGEsjOkE5x-jv4O3_uXQYk6xNKvoFtpZE-LFNih2omuadXHD4fD5HaXpi/s1280/2024_03_24_de_volta_v3.jpeg" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="853" data-original-width="1280" height="426" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhz3ZLAe3MhKERPeniZ5GdAbrwh3QU4wftWIKRmE1NuolpixWxZIlAQGxO1BZBQlFSG6Iefb9S-kdKBDE3wE2y_zGETWFwyfr2UgmF55A6GFl0mCwNcSm_j37tz34rFeU-S-PcOGEsjOkE5x-jv4O3_uXQYk6xNKvoFtpZE-LFNih2omuadXHD4fD5HaXpi/w640-h426/2024_03_24_de_volta_v3.jpeg" width="640" /></a></div><div style="text-align: justify;">– Mãe, cheguei!</div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;">– Posso saber onde o senhorito estava?</div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;">– No deserto.</div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;">– Por quarenta dias?</div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;">– Aham. O que tem de almoço?</div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;">– Não muda de assunto. Tava com quem no deserto?</div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;">– Ninguém. Fui sozinho. Tinha umas paradas para resolver.</div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;">– Conta logo quem você foi encontrar, porque se eu descobrir pelos outros vai ser pior.</div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;">– Até trombei um cara lá por acaso, mas foi coisa rápida.</div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;">– Por acaso. Coisa rápida. Sei.</div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;">– Te juro. Um sujeito carente dos diabos que apareceu do nada. Comentei que tava com fome e ele ficou insistindo pra eu transformar uma pedra em pão.</div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;">– E você transformou?</div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;">– Tô evitando carboidrato. Quero ficar trincado.</div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;">– Não é pra sair fazendo milagre a torto e a direito, hein?</div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;">– Mulher, você me ouviu?</div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;">– Seu pai me mata se souber que você tá fazendo coisa errada.</div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;">– Meu pai? Qual dos dois?</div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;">– Pronto. Vai começar com essa história outra vez.</div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;">– Mãe, se coloca na minha situação.</div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;">– Se coloca você na minha situação, mocinho. <a href="https://www.cronicadodia.com.br/2023/07/visita-jander-minesso.html" target="_blank">Primeiro, seu pai mandou recado dizendo que iria me engravidar</a>. Segundo, o sujeito nunca me dirigiu a palavra. Não fez uma visita na gravidez inteira. E pra arrematar, me largou sozinha pra te criar. <a href="https://www.cronicadodia.com.br/2023/09/gravidez-jander-minesso.html" target="_blank">Se não fosse o José</a>, sei lá o que tinha acontecido.</div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;">– E você acha que pra mim é mais fácil? Já parou pra pensar na responsa que é morrer pra salvar a Humanidade? Aliás, não sei nem do que é que eu tenho que salvar esse povo…</div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;">– Pergunta pro teu pai, ué.</div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;">– Fiz isso algumas vezes nos últimos dias.</div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;">– Eu sabia! Você foi encontrar deus no deserto, né? Onde é que esse tratante se enfiou? Eu vou falar umas verdades pra ele e vai ser hoje.</div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;">– Mãe, eu converso com ele dentro da minha cabeça.</div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;">– Oi?</div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;">– Eu ouço ele falando comigo.</div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;">– Quando?</div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;">– O tempo todo. Ontem à noite, por exemplo, ele falou: “Um dia, vamos nos encontrar. E eu gostaria muito de chamá-lo de meu filho.”</div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;">– Ixi… Tá delirando.</div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;">– Juro por deus.</div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;">– Não sei, não. Na dúvida, melhor marcar um médico.</div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;">– Ah, para.</div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;">– Vai que é esquizofrenia? Tem muita gente dependendo de você pra gente arriscar. Eu devo ter olanzapina em algum lugar. Toma uma pra ficar mais tranquilo e depois a gente marca uma consulta.</div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;">– Não vou tomar nada.</div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;">– Não tô pedindo, tô mandando.</div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;">– Tá vendo? É por isso que eu saio de casa. Você não me respeita. Ninguém me respeita. É só cagação de regra para cima de mim!</div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;">– Olha o palavreado.</div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;">– Todo dia é a mesma coisa. “Jesus, não faz isso. Jesus, não faz aquilo. Olha as companhias. Respeita os seus pais – os dois.” Eu não posso fazer nada que já vem cobrança!</div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;">– Você dá motivo.</div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;">– Mãe, eu sou livre de pecado.</div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;">– Ô.</div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;">– Como assim?</div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;">– Acha que eu não percebi que você e o João Batista não queriam sair de dentro do Jordão no seu batizado?</div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;">– Qual o problema? Tava calor.</div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;">– Confessa, Jesus.</div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;">– Confessar o quê?</div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;">– Que você transformou a água do rio em Chardonnay.</div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;">– Nada a ver.</div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;">– Olha no meu olho e fala que eu tô mentindo.</div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;">– Era Sauvignon Blanc.</div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;">– Pôxa, Jesus. Você não sabe o trabalho que deu pra tirar aquele azedume da sua túnica depois. E nem no rio eu podia lavar a roupa. Levou mais de uma semana até a água voltar a ser água. A cidade inteira comentou.</div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;">– Quer saber? Cansei dessa pressão. Tô saindo de novo.</div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;">– Coisa nenhuma.</div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;">– Quem vai me impedir? Você? Te solto um raio laser na cara se eu quiser.</div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;">– Respeita sua mãe.</div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;">– Então, me deixa em paz. Que saco.</div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;">– Pelo menos avisa onde vai.</div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;">– No Judas.</div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;">– Qual dos dois?</div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;">– Tchau, mãe.</div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;">– Vai lá, então. Anda com essas amizades pra ver onde isso vai dar. Moleque ingrato.</div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;"> <i>Imagem: Pixabay
</i></div><div class="blogger-post-footer"><hr />
<a href="http://www.myblog.com">My Blog Name</a></div>Jander Minessohttp://www.blogger.com/profile/13600321357792343992noreply@blogger.com7tag:blogger.com,1999:blog-2466388157829816161.post-56449654628650921582024-03-23T01:30:00.001-02:002024-03-23T01:30:00.134-02:00CONTOS, CRÔNICAS, O BRAGA E A DENGUE >> Sergio Geia<p> </p><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhGROAnbQCUrJUUCwrRUvTrhSDsT4bcEIBCLCxIaUIwQRYoKvxVloS7KlFKzrFIvuy94N_oCc4K4mx8dfpCDFv52DKwXgsEmxOw1-OJ0PJNMjuio7332j78fztk-GYfFX0sYXkgayMqCLosxVIPdYHlxirrCLLBoDip-JY9VtLnZNFBrAmttFsydJ29ntY/s1280/Cr%C3%B4nicas,%20contos,%20o%20Braga%20e%20a%20dengue%2001.webp" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="961" data-original-width="1280" height="300" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhGROAnbQCUrJUUCwrRUvTrhSDsT4bcEIBCLCxIaUIwQRYoKvxVloS7KlFKzrFIvuy94N_oCc4K4mx8dfpCDFv52DKwXgsEmxOw1-OJ0PJNMjuio7332j78fztk-GYfFX0sYXkgayMqCLosxVIPdYHlxirrCLLBoDip-JY9VtLnZNFBrAmttFsydJ29ntY/w400-h300/Cr%C3%B4nicas,%20contos,%20o%20Braga%20e%20a%20dengue%2001.webp" width="400" /></a></div><br /><p></p><div style="text-align: justify;">
Tenho dessas coisas. Precisava escrever crônica e estava sem vontade. Se meu trabalho literário fosse só escrever crônica, seria fácil, não estaria aqui dizendo pra você que eu precisava escrever crônica: ela já estaria escrita. Não só ela como suas irmãs, primas, e eu teria uma família de crônicas à minha disposição. </div><div style="text-align: justify;"> </div><div style="text-align: justify;">Mas ando escrevendo contos e todo o tempo que tenho para a literatura vem sendo ocupado por eles. Ocorre que publico crônicas a cada quinze dias aqui no Crônica, e sem crônicas pra publicar, como faço? Pois neste sábado (o da semana passada eu quero dizer, afinal, você me lê hoje), pretendia deixar de lado meu conto da vez, e escrever crônica. </div><div style="text-align: justify;"> </div><div style="text-align: justify;">Então, depois de tantos volteios, retorno ao início pra dizer que tenho dessas coisas. Na falta do que dizer, do que falar, pego um livro do Braga, escolho um cantinho e me divirto, torcendo pra que ele me dê inspiração. Às vezes dá; outras, nem o Braga resolve. </div><div style="text-align: justify;"> </div><div style="text-align: justify;">Amanheceu o sábado, saí pra caminhar, depois passei na farmácia, precisava de remédio pra pressão e repelente. Não é que não se acham mais repelentes em farmácias? Comprovei depois, apelando para o <i>iFood</i>. Desgostoso, apelei ainda mais, e consegui umas unidades no <i>Mercado Livre</i>, marca que não conheço, mas que promete manter os mosquitos longe, incluindo o Aedes, esse risquinho de bicho que causa tanto estrago. </div><div style="text-align: justify;"> </div><div style="text-align: justify;">Por fim, sentei-me no sofá, 9h, o <i>200 crônicas escolhidas</i> em mãos. Eu já a conhecia, mas fui direto nela, a crônica <i>Visita de uma senhora do bairro</i>. Conhece? Dentre tantas passagens espirituosas, trago esta de presente pra você: </div><div style="text-align: justify;"> </div><div style="text-align: justify;"><i>Um casal tinha almoçado comigo e saíra. Fiquei sozinho em casa, pensando numas coisas que tinham dito sobre aquele casal, imaginando o que seria verdade, o que seria exagero. Era hora de fazer crônica, mas eu estava sem vontade nenhuma de escrever. Foi então que bateram à porta e eu abri. Posso entrar? Claro. Você não me conhece não, ela disse. Morava no bairro, já tinha me visto uma vez na praia e era casada. Vivo muito bem com meu marido, mas se ele soubesse que eu vim aqui ficaria furioso, você não acha? Claro. Perguntou se eu só sabia dizer “claro”. Bem que lhe haviam dito que eu às vezes sou inteligente escrevendo, mas falando sou muito burro. Para irritá-la, concordei: claro. </i></div><div style="text-align: justify;"> </div><div style="text-align: justify;">Ah, o Braga... Quer um momento de pura diversão com algo tão simples e cotidiano? Leia Rubem Braga, leia <i>Visita de uma senhora do bairro</i>, depois me conte. </div><div style="text-align: justify;"> </div><div style="text-align: justify;">No fim da leitura o celular apitou. Era o <i>Mercado Livre</i> me oferecendo outros produtos que talvez fossem de meu interesse. Espiei: um aparelho que afasta ratos e morcegos, quase duzentos; um outro sonoro que afasta pombo, quase trezentos; uma geringonça que promete capturar e eliminar mosquitos, quatrocentos reais. Desliguei. </div><div style="text-align: justify;"> </div><div style="text-align: justify;">Eu precisava escrever crônica e estava sem inspiração. Me socorri do Braga. Até sonhei com uma visita de uma senhora do bairro, mas ela não veio. Tudo bem. Peguei o liquidificador e joguei lá o que tinha — as sobras de meus lampejos literários: duzentos gramas de crônica, cem gramas de conto, meio quilo do Braga, um fio de dengue, respirei fundo, que Rodrigo Hilbert me ajudasse, sentei-me à mesa e comecei a escrever, rezando pra que desse liga. </div><div style="text-align: justify;"> </div><div style="text-align: justify;"> </div><div style="text-align: justify;">Ilustração: Pixabay
</div><div class="blogger-post-footer"><hr />
<a href="http://www.myblog.com">My Blog Name</a></div>sergio geiahttp://www.blogger.com/profile/10762190951314059344noreply@blogger.com6tag:blogger.com,1999:blog-2466388157829816161.post-49977922276297424412024-03-22T23:09:00.003-02:002024-03-23T09:25:18.635-02:00GRAMPO >> PAULO MEIRELES BARGUIL<p><span style="background-color: white; font-family: Lora, serif;"><span style="font-size: large;">Você pensou no de cabelo?</span></span></p><p><span style="background-color: white; font-family: Lora, serif;"><span style="font-size: large;"><br /></span></span></p><p><span style="background-color: white; font-family: Lora, serif;"><span style="font-size: large;">Mas em qual?<br /></span></span></p><p><span style="background-color: white; font-family: Lora, serif;"><span style="font-size: large;"> </span></span></p><p><span style="background-color: white; font-family: Lora, serif;"><span style="font-size: large;">São vários os tipos, as cores, os tamanhos, os materiais...<br /></span></span></p><p><span style="background-color: white; font-family: Lora, serif;"><span style="font-size: large;"> <br /></span></span></p><p><span style="background-color: white; font-family: Lora, serif;"><span style="font-size: large;">Você pensou no de roupa, também conhecido como prendedor ou p(r)egador?</span></span><span style="background-color: white; font-family: Lora, serif;"><span style="font-size: large;"> <br /></span></span></p><p><span style="background-color: white; font-family: Lora, serif;"><span style="font-size: large;"> </span></span></p><p><span style="background-color: white; font-family: Lora, serif;"><span style="font-size: large;">Mas em qual?<br /></span></span></p><p><span style="background-color: white; font-family: Lora, serif;"><span style="font-size: large;"> </span></span></p><p><span style="background-color: white; font-family: Lora, serif;"><span style="font-size: large;">São vários os tipos, as cores, os tamanhos, os materiais...</span></span></p><p><span style="background-color: white; font-family: Lora, serif;"><span style="font-size: large;"><br /></span></span></p><p><span style="background-color: white; font-family: Lora, serif;"><span style="font-size: large;">Você pensou no de marceneiro?</span></span><span style="background-color: white; font-family: Lora, serif;"><span style="font-size: large;"> </span></span></p><p><span style="background-color: white; font-family: Lora, serif;"><span style="font-size: large;"> </span></span></p><p><span style="background-color: white; font-family: Lora, serif;"><span style="font-size: large;">Mas em qual?<br /></span></span></p><p><span style="background-color: white; font-family: Lora, serif;"><span style="font-size: large;"> </span></span></p><p><span style="background-color: white; font-family: Lora, serif;"><span style="font-size: large;">São vários os tipos, as cores, os tamanhos, os materiais...</span></span></p><p><span style="background-color: white; font-family: Lora, serif;"><span style="font-size: large;"><br /></span></span></p><p><span style="background-color: white; font-family: Lora, serif;"><span style="font-size: large;">Você pensou no de material de escritório?</span></span></p><p><span style="background-color: white; font-family: Lora, serif;"><span style="font-size: large;"><br /></span></span></p><p><span style="background-color: white; font-family: Lora, serif;"><span style="font-size: large;"></span></span></p><p><span style="background-color: white; font-family: Lora, serif;"><span style="font-size: large;">Mas em qual?<br /></span></span></p><p><span style="background-color: white; font-family: Lora, serif;"><span style="font-size: large;"> </span></span></p><p><span style="background-color: white; font-family: Lora, serif;"><span style="font-size: large;">São vários os tipos, as cores, os tamanhos, os materiais...</span></span></p><p><span style="background-color: white; font-family: Lora, serif;"><span style="font-size: large;"> </span></span></p><p><span style="background-color: white; font-family: Lora, serif;"><span style="font-size: large;">Você pensou no odontológico?</span></span></p><p><span style="background-color: white; font-family: Lora, serif;"><span style="font-size: large;"><br /></span></span></p><p><span style="background-color: white; font-family: Lora, serif;"><span style="font-size: large;"></span></span></p><p><span style="background-color: white; font-family: Lora, serif;"><span style="font-size: large;">Mas em qual?<br /></span></span></p><p><span style="background-color: white; font-family: Lora, serif;"><span style="font-size: large;"> </span></span></p><p><span style="background-color: white; font-family: Lora, serif;"><span style="font-size: large;">São vários os tipos, os tamanhos, os tratamentos em que podem ser usados...</span></span></p><p><span style="background-color: white; font-family: Lora, serif;"><span style="font-size: large;"> </span></span></p><p><span style="background-color: white; font-family: Lora, serif;"><span style="font-size: large;">Você pensou no de cerca, de construção</span></span><span style="background-color: white; font-family: Lora, serif;"><span style="font-size: large;"> ou de fixa fio</span></span><span style="background-color: white; font-family: Lora, serif;"><span style="font-size: large;">?</span></span></p><p><span style="background-color: white; font-family: Lora, serif;"><span style="font-size: large;"> </span></span><span style="background-color: white; font-family: Lora, serif;"><span style="font-size: large;"> <br /></span></span></p><span style="background-color: white; font-family: Lora, serif;"><span style="font-size: large;"></span></span><p><span style="background-color: white; font-family: Lora, serif;"><span style="font-size: large;"></span></span></p><p style="text-align: justify;"><span style="background-color: white; font-family: Lora, serif;"><span style="font-size: large;">Em pensei naquele em que uma pessoa grava a fala de outra, seja para se proteger, seja para prejudicar o narrador, seja para se mostrar...</span></span></p><p style="text-align: justify;"><span style="background-color: white; font-family: Lora, serif;"><span style="font-size: large;"> </span></span></p><p style="text-align: justify;"><span style="background-color: white; font-family: Lora, serif;"><span style="font-size: large;">Você pensou em qual?</span></span></p><span style="background-color: white; font-family: Lora, serif;"><span style="font-size: large;"></span></span><div class="blogger-post-footer"><hr />
<a href="http://www.myblog.com">My Blog Name</a></div>Paulo Barguilhttp://www.blogger.com/profile/02501311993434833106noreply@blogger.com3tag:blogger.com,1999:blog-2466388157829816161.post-34952100137277690062024-03-20T02:18:00.000-02:002024-03-27T22:40:40.647-02:00TRIBUNAL DE HAJA << SORAYA JORDÃO<p></p><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgki30bdZ1oDl8XYh5EkuUzB1cpxJXchYCVi68jkU-xR-AWh6ccAiRKGe0F3uEbSAe69nmKM5OnLH8L0QibVsp8zpAfoECJwKq7ep9bWU866X7x45_lOR14za4Bh6f1Bi4XdPzfVI6UvyaRFRwyB3AmQ6KJ8k6wM-VmOGaqLgByrWNQm9322PGlaXIy5g3P/s1280/image0.jpeg" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="960" data-original-width="1280" height="240" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgki30bdZ1oDl8XYh5EkuUzB1cpxJXchYCVi68jkU-xR-AWh6ccAiRKGe0F3uEbSAe69nmKM5OnLH8L0QibVsp8zpAfoECJwKq7ep9bWU866X7x45_lOR14za4Bh6f1Bi4XdPzfVI6UvyaRFRwyB3AmQ6KJ8k6wM-VmOGaqLgByrWNQm9322PGlaXIy5g3P/s320/image0.jpeg" width="320" /></a></div><br /> <p></p><div style="text-align: justify;">Às 6h30 da manhã, o despertador berra o compromisso de uma vida saudável. Um misto de sono, preguiça, revolta e resistência me envolvem junto com a maciez do edredom e do geladinho do ar-condicionado. Uma breve reflexão agita a mente: vou ou não vou à hidroginástica?</div><div style="text-align: justify;">A resposta surge embalada numa certeza que, a princípio, não permite debate nem questionamento. Se manifesta de forma tão óbvia e absoluta que chego a acreditar que a conclusão nasceu antes da dúvida. Não irei! Abraço o travesseiro e jogo o mundo para escanteio. Dane-se o colesterol, as coronárias, o manequim 44, o plano de ser uma pessoa melhor, mais obstinada e longeva.
Largo a mão de todos os bons adjetivos e flutuo na leveza da imperfeição. Desfruto, por segundos, da delícia de ser uma criatura sem objetivos, planos ou brio. Enfim, um ninguém sem propósitos, expressão máxima da liberdade.</div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;">Infelizmente, o nirvana dura pouco, porque sempre tem aquela conhecida voz implicante a nos lembrar que a vida exige medalhas de superação. Ela, a cruel promotora, inquilina de todas as mentes procrastinadoras, acorda e começa o massacre no tribunal de Haja (paciência). </div><div style="text-align: justify;">O discurso é repetitivo, irritante, previsível, humilhante, provocador, mas muito coerente. Sim, o correto a ser feito, na lógica do mundo admirável, é levantar e seguir em frente. Pagar seu quinhão, vencer os obstáculos e orgulhar-se de si. Todos sabemos que cumprir obrigações é um imperativo que não aceita interrogação. Caso contrário, desanda o processo.
Mas persisto na questão: ir ou não ir? </div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;">No porão das intenções, vive a consciência do certo a se fazer, o projeto de uma guinada existencial, a esperança de uma evolução pessoal que me condecore de determinação e coragem para lutar. Mas, no andar de cima, pesando toneladas e esmagando o porão, vive esse ser impiedoso, narcisista, mimado, preguiçoso, indisposto, sem palavra, consideração ou vocação para compromisso.
Quase imbatível.</div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;">Desligo o despertador e viro para o lado. Tento sorrir aliviada, mas já não é o mesmo sono, a mesma paz, o mesmo gozo.
Muito embora esse eu seja mais forte, mais pesado, insistente e manipulador, e até se mostre mais próximo dos meus interesses, ele não é tão legal quanto parece. Prova disso é o gosto de fracasso que ele deixa na minha boca ao despertar e aquela maldita sensação de que amanhã terei uma nova chance, já que a de hoje desperdicei. </div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;">Onde mora a vontade que vence? </div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;">Alguém me salve de mim.</div><div class="blogger-post-footer"><hr />
<a href="http://www.myblog.com">My Blog Name</a></div>Soraya Jordãohttp://www.blogger.com/profile/12734938840811690732noreply@blogger.com9tag:blogger.com,1999:blog-2466388157829816161.post-9455226755458902672024-03-18T22:01:00.000-02:002024-03-18T22:01:17.431-02:00CICLORROLETAS RUSSAS >> Albir José Inácio da Silva<p> </p><p class="Standard" style="text-align: justify;"><span style="font-size: 13.0pt; line-height: 107%;">As ciclovias crescem no Brasil e no mundo há décadas, apesar
das resistências. A má vontade com espaços seguros para corredores e ciclistas
era coisa de terraplanistas antiecológicos com inveja da saúde alheia.
Seguravam verbas e amarravam iniciativas de criação e ampliação das pistas. Mas
agora surgiu um novo e feroz inimigo.<o:p></o:p></span></p>
<p class="Standard" style="text-align: justify;"><span style="font-size: 13.0pt; line-height: 107%;"><o:p> </o:p></span></p>
<p class="Standard" style="text-align: justify;"><span style="font-size: 13.0pt; line-height: 107%;">Parece que as bicicletas movidas a braços e pernas humanas
perderam a batalha para as motorizadas. Não mais o fortalecimento dos ossos e
músculos, não mais a superação dos próprios limites, nada do suor que limpa o
organismo das toxinas e a alma das angústias.<o:p></o:p></span></p>
<p class="Standard" style="text-align: justify;"><span style="font-size: 13.0pt; line-height: 107%;"><o:p> </o:p></span></p>
<p class="Standard" style="text-align: justify;"><span style="font-size: 13.0pt; line-height: 107%;">Agora é o medo que nos invade nessas áreas de risco em que se
transformaram as ciclovias com a intrusão das máquinas mortíferas
autopropelidas por eletricidade e ódio. Que prazer sentem seus sádicos
condutores em costurar por entre corpos desprotegidos, tirando finos de seus braços, pernas e costelas e xingando os que não lhes dão
passagem ou reclamam de seu atrevimento!<o:p></o:p></span></p>
<p class="Standard" style="text-align: justify;"><span style="font-size: 13.0pt; line-height: 107%;"><o:p> </o:p></span></p>
<p class="Standard" style="text-align: justify;"><span style="font-size: 13.0pt; line-height: 107%;">Quantos ossos mais precisam ser quebrados, quantas cabeças
têm de encontrar o meio-fio, quantos corredores devem ser atirados no meio da
rua para que o bom-senso do poder público descubra que motores não podem
conviver em velocidade com humanos?<o:p></o:p></span></p>
<p class="Standard" style="text-align: justify;"><span style="font-size: 13.0pt; line-height: 107%;"><o:p> </o:p></span></p>
<p class="Standard" style="text-align: justify;"><span style="font-size: 13.0pt; line-height: 107%;">Os defensores desses engenhos diabólicos dizem que constam limites de velocidade na regulamentação. Mas eu pergunto, quem fiscaliza? Qualquer
frequentador de ciclovia sabe que as velocidades se aproximam de um rally de
motocicletas.<o:p></o:p></span></p>
<p class="Standard" style="text-align: justify;"><span style="font-size: 13.0pt; line-height: 107%;"><o:p> </o:p></span></p>
<p class="Standard" style="text-align: justify;"><span style="font-size: 13.0pt; line-height: 107%;">Alheios a esse macabro grand prix, que produz escoriações, fraturas
e traumatismos cranianos, nossas autoridades, guardas municipais e PMs, ficam
nas sombras das árvores e marquises, ou atrás dos carros de patrulha, de olhos
pregados nos celulares.<o:p></o:p></span></p>
<p class="Standard" style="text-align: justify;"><span style="font-size: 13.0pt; line-height: 107%;"><o:p> </o:p></span></p>
<p class="Standard" style="text-align: justify;"><span style="font-size: 13.0pt; line-height: 107%;">Se alguma vítima protesta mais alto porque acabou de escapar
de um atropelamento que lhe raspou o braço, o guarda levanta os olhos dando a
esperança de que vai agir, mas é só por alguns segundos e ele volta a se
concentrar no jogo ou na mensagem do zap.<o:p></o:p></span></p>
<p class="Standard" style="text-align: justify;"><span style="font-size: 13.0pt; line-height: 107%;"><o:p> </o:p></span></p>
<p class="Standard" style="text-align: justify;"><span style="font-size: 13.0pt; line-height: 107%;">Talvez os inimigos das ciclovias, que pareciam vencidos,
arranjaram uma maneira definitiva de acabar com a ousadia de corredores e
ciclistas que querem segurança durante os treinos.<o:p></o:p></span></p>
<p class="Standard" style="text-align: justify;"><span style="font-size: 13.0pt; line-height: 107%;"><span style="mso-spacerun: yes;"> </span><o:p></o:p></span></p>
<p class="Standard" style="text-align: justify;"><span style="font-size: 13.0pt; line-height: 107%;">Talvez eu desista da ciclovia para preservar a vida. Ou
talvez eu continue até chegar minha hora nessa roleta russa em que se
transformaram as ciclovias.<o:p></o:p></span></p>
<p class="Standard" style="text-align: justify;"><span style="font-size: 13.0pt; line-height: 107%;"><span style="mso-spacerun: yes;"> </span><o:p></o:p></span></p>
<p class="Standard" style="text-align: justify;"><span style="font-size: 13.0pt; line-height: 107%;">E se você, caro leitor, está tranquilo porque não usa a
ciclovia, não gosta de sol nem de caminhadas ao ar-livre, deixe-me tirar a sua
paz, porque a minha já vai longe:<b><i> eles</i></b> já invadiram as calçadas!<o:p></o:p></span></p>
<p class="Standard" style="text-align: justify;"><span style="font-size: 13.0pt; line-height: 107%;"><o:p> </o:p></span></p>
<p class="Standard" style="text-align: justify;"><span style="font-size: 13.0pt; line-height: 107%;"><span style="mso-spacerun: yes;"> </span><o:p></o:p></span></p><div class="blogger-post-footer"><hr />
<a href="http://www.myblog.com">My Blog Name</a></div>Albirhttp://www.blogger.com/profile/05821717397275189449noreply@blogger.com4tag:blogger.com,1999:blog-2466388157829816161.post-34442230071967359752024-03-17T01:01:00.002-02:002024-03-17T11:09:48.522-02:00ELA >> Ana Raja<p></p><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://pixabay.com/photos/park-bike-senior-lonely-cycling-5528190/" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;" target="_blank"><img border="0" data-original-height="856" data-original-width="1280" height="428" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhsogb8Cu31L6EB9Z44_8pjpKdwFj7D3HgNF-7VPR4HPGRdep-Dk15Zw_UlXnEzEYXMnfolK9asTmK3tvq02ESzBxtPKPI8qEj6xXM-sR2AsoxBFLCqtonSt4JNwSrbQw0ompyriOklmJzQdUwlLNtqBKasfBJt_2gVnAqMugFHnvjzACp93PFhsADXDyc/w640-h428/park-5528190_1280.jpg" width="640" /></a></div><br /><div style="text-align: justify;">Resolveu fazer outros dois furos na orelha. Escolheu brincos de prata, discretos, mas com significado especial. Gosta de calça jeans com pequenos rasgos na perna, a barra é estreita, por isso a usa dobrada, dando um charme ao estilo. Nos pés, o tênis combina com a cor da blusa. A postura é firme e seus passos esbanjam confiança. Durante muito tempo, achei que fosse por causa do tempo vivido, mas depois, não. Desde sempre, ela carrega elegância e muitos sonhos escondidos.</div><p></p><p style="text-align: justify;">É contida nos gestos, toques de outros não lhe caem bem, se sente confusa nessas situações, mas há faísca de vida em seu olhar. </p><p style="text-align: justify;">Eu sempre fui a carona no seu carro possante. Por todos os lugares por onde passávamos, alguém logo erguia os braços, acenando para nós. </p><p style="text-align: justify;">Foi madrinha de algumas escolas da cidade. Nas comemorações do Dia das Crianças, ela aparecia em todas, distribuindo presentes e levando um bolo. Eu a ajudava nessa tarefa, e acabávamos o dia exaustas. Voltávamos para casa e comíamos milho de latinha refogado com arroz. Ainda sinto o gosto na minha boca. </p><p style="text-align: justify;">Não gosta de poesia, prefere autobiografia, tem necessidade de entender questões mais complexas, talvez procure respostas para si, se espelhando na vida do outro, não posso afirmar com certeza. Mas, se a minha memória ainda funciona direito, ela não encontrou resposta para todas as suas perguntas.</p><p style="text-align: justify;">Costumava chamar a atenção com seus cabelos longos e castanhos, que tinham o brilho da sua idade. Hoje, seus cabelos brancos, por opção, continuam na crista da onda. Atrai olhares, por conta da beleza sofisticada que carrega. Pensando melhor, talvez não. Ela atrai olhares por toda a construção que a fez assim, única!</p><p><br /></p><p><i>Imagem © <a href="https://pixabay.com/users/pasja1000-6355831/?utm_source=link-attribution&utm_medium=referral&utm_campaign=image&utm_content=5528190">Julita,</a> por <a href="https://pixabay.com//?utm_source=link-attribution&utm_medium=referral&utm_campaign=image&utm_content=5528190">Pixabay</a></i></p><p><a href="http://anaraja.com.br">anaraja.com.br</a></p><div class="blogger-post-footer"><hr />
<a href="http://www.myblog.com">My Blog Name</a></div>Ana Rajahttp://www.blogger.com/profile/01956633706502128596noreply@blogger.com10tag:blogger.com,1999:blog-2466388157829816161.post-78196789524650923142024-03-15T11:37:00.004-02:002024-03-15T21:20:45.192-02:00O ÚLTIMO PARENTE VIVO - 1ª parte >> Zoraya Cesar<p></p><div><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhc4g9zmQG7yNuMyh21jTsbaOupUcnQTcSDtAaZFXKPt5l_hjn2fNbRXASkWlo-GEZlhhyphenhyphen8PJAXgCzbG41OiF0SOVbD2JPivoN2CJjx8h4CsPXxqLTOj9Rnl-KqNDNBo7qIomvY2MBlPkQTBwsYKiIuHiOGDMmRt-WGWDesWP4b3K2l1hHMMsISmjoPkgk/s2000/_CAPA%20O%20%C3%9ALTIMO%20PARENTE%20VIVO%202024.jpg"><img border="0" height="452" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhc4g9zmQG7yNuMyh21jTsbaOupUcnQTcSDtAaZFXKPt5l_hjn2fNbRXASkWlo-GEZlhhyphenhyphen8PJAXgCzbG41OiF0SOVbD2JPivoN2CJjx8h4CsPXxqLTOj9Rnl-KqNDNBo7qIomvY2MBlPkQTBwsYKiIuHiOGDMmRt-WGWDesWP4b3K2l1hHMMsISmjoPkgk/w640-h452/_CAPA%20O%20%C3%9ALTIMO%20PARENTE%20VIVO%202024.jpg" width="640"></a></div><br><p></p>
<p>A ferroviária estava, literalmente, às moscas - que
rodeavam, ávidas e incansáveis, uma lata de lixo aberta e alguns dejetos perto
da lanchonete. May teve uma certa inveja: elas, as moscas, ao menos, tinham o
que comer. </p>
<p>Guichês fechados, plataformas vazias, iluminação suficiente
apenas para que a pessoa não caísse entre algum vão. May sentia arrepios, e não
só por conta da chuva miúda e insistente que penetrava pelo casaco, pelos poros da
pele e enregelava seus ossos. Estava sozinha na plataforma. No turno da noite,
não havia funcionários e todos os passageiros tinham ido embora. </p>
<p>A marquise era curta e estreita, metade do corpo de May
continuou a pegar chuva. Será que tinham esquecido dela? Se demorassem muito,
em vez de ir para a casa de Tia Vance, melhor seria ir direto para o hospital, me
internar com pneumonia, divagava. </p>
<p>---</p>
<p>O carro chegou tão mansamente, que ela se assustou quando
ouviu uma voz cavernosa perguntar Srta. May? Sim. A porta de trás abriu. Só
podia ser o carro enviado por Tia Vance. E quer saber? Se não for, que se dane.
Estou com fome, com frio e exausta. Se ficar aqui vou morrer de qualquer jeito,
servirei de repasto para as moscas. May pegou sua valise e entrou no veículo. </p>
<p>---</p>
<p>O interior estava um breu, e cheirava a formol com couro
velho. May sentiu enjoo, abriu a janela, meio tonta. A única coisa visível era
o olhar de soslaio que o motorista lançava para ela de vez em quando. Boa noite,
senhor. Ele grunhiu de volta e nada mais disse. </p>
<p>A estrada era ruim, e a chuva que caía há dias amolecera a
terra; o carro patinava perigosamente a todo instante. May teve ímpetos de
pedir para desacelerar, mas estava cansada demais e com um pouco de medo do
sujeito; ademais, qualquer distração poderia ser fatal. E a fome estava
apertando. E ela tinha outras coisas
para se preocupar. </p>
<p>-----</p>
<p>Depois de um trajeto longo e tenso, chegaram. </p>
<p>Por trás da cortina de chuva torrencial, May viu uma mansão
em estilo vitoriano, que poderia até ser bonita não fosse uma certa, como
direi, lugubridade. As luzes brancas amortiçavam ainda mais o tom cinza lápide
velha das paredes, e as janelas arredondadas e escuras pareciam olhos tristes,
encimando canteiros de urzes malcuidadas. </p>
<p>Teve vontade de voltar, mas o motorista jogou sua bagagem
nos pés da escada e partiu, espirrando lama por todo lado, inclusive no vestido
de May. ‘MEU MELHOR vestido’, gemeu ela. Todo castigo pra pobre é pouco. </p>
<p>Pobre, paupérrima, talvez não, mas bastante, digamos,
remediada. Aceitara o convite inesperado daquela tia distante – da qual nem
lembrava mais a existência – para, ao menos por alguns dias, comer e dormir
bem, sentir o doce perfume da riqueza. E quem sabe, assim, mudar sua sorte? </p>
<p>---</p>
<p>Essa tia pertencia a um ramo afastado da família –
sanguíneo, afetivo e geograficamente afastado. Era como uma névoa, raramente
mencionada. May não tinha outros parentes que pudessem explicar direito quem
ela era. Até porque fazia décadas que ninguém ia lá. Ou por falta de convite,
ou por causa do cheiro de mofo que tresandava a casa toda, ou pela distância...
Ou porque corria a lenda de que os parentes que a visitaram tiveram o estranho
e desagradável hábito de morrer bem pouco antes ou bem pouco depois de voltar
para suas casas. Não sei. </p>
<p>May também não, e nem queria saber. Não era chegada a
superstições e estava precisada de um pouso e comida grátis. Não tinha onde
passar as férias e, mesmo que tivesse, não podia pagar. Teco precisara ficar
internado na clínica veterinária e seu pouco dinheiro foi revertido para o
bem-estar do bichano. Na casa da tia, ao menos, não gastaria com comida, luz,
gás, essas miudezas de gente pobre. </p>
<p>May, cansada, com fome, parecendo um rato molhado, mas
mantendo a falsa pose de parente pobre que está muito bem, obrigado, bateu à
porta. </p>
<p>---</p>
<p>Tia Vance era uma mulher magra, de compleição ossuda, sem
peito, sem quadril; seu pescoço longo e enrugado como o de uma tartaruga saía
pela gola do vestido reto, marrom, sem estampas. Não usava óculos nos olhos
vivazes e, May não reparou, também, maliciosos. Os dentes, ligeiramente
amarelados e acavalados. Tinha mais rugas no rosto que mosquitos nos charcos –
era muito velha, mas impossível precisar-lhe os anos. Andava ereta, a voz baixa
e fraca, mas firme. Pelas histórias, aquela mulher deveria ter mais de cem
anos. Tolices. Ninguém vive tanto assim com os dentes em ordem e visão
perfeita. Na certa, calculou May, é filha ou neta da Tia Vance de que ouvi
falar quando menina. </p>
<p>(Tia Vance apreciava a parenta distante. Jovem, bonita,
saudável. Serviria, com certeza).</p>
<p>May subiu para o quarto ao som do ranger resmungão da
escada. Nem tomou banho, apenas trocou de roupa e desceu para o jantar. A dona
da casa escusou-se por não a acompanhar. Gente velha gosta de dormir cedo,
espero que não se importe. Desde que tivesse comida, May não se importaria, nem
um pouco. Sentiu saudades de Teco, deitado em seu colo, esperando pedacinhos de
comida. Mas, enfim, ele estava bem cuidado, o negócio era ter fé e esperar.</p>
<p>----</p>
<p>Banho tomado e alimentada, preparou-se para dormir - no
dia seguinte seus pensamentos estariam mais em ordem. </p>
<p></p><table cellpadding="0" cellspacing="0"><tbody><tr><td><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgjDSFeAjyv4TJDWSLdMJM0xw3x6qIXYqyNCAuHnrZETi94-VSpWcaegIME3NKmcE3QtpoLWXtV4XDUGGnW6kg4hhVxYi4ztPyI4YNxjXu5nh4aKdiLBWPkWSm6gQrcnWp0PZ1xaHtdQgws4WHmUmYycqDoCJETFPlwMcMFihzrPwp6sSsWGfe0VK_gndw/s1920/story%20O%20%C3%9ALTIMO%20PARENTE%20VIVO%20(1080%20x%201920%20px).png"><img border="0" height="200" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgjDSFeAjyv4TJDWSLdMJM0xw3x6qIXYqyNCAuHnrZETi94-VSpWcaegIME3NKmcE3QtpoLWXtV4XDUGGnW6kg4hhVxYi4ztPyI4YNxjXu5nh4aKdiLBWPkWSm6gQrcnWp0PZ1xaHtdQgws4WHmUmYycqDoCJETFPlwMcMFihzrPwp6sSsWGfe0VK_gndw/w113-h200/story%20O%20%C3%9ALTIMO%20PARENTE%20VIVO%20(1080%20x%201920%20px).png" width="113"></a></td></tr><tr><td>As urzes do jardim<br>estavam sem viço,<br> talvez sem vida</td></tr></tbody></table>O quarto parecia um cenário de filme antigo. O janelão
triste dava para um jardim árido e feio. Cama com dossel, paredes acarpetadas,
chão de tábuas largas, e um criado-mudo. Preferia esse nome a ‘mesa de
cabeceira’. Achava engraçado.<p></p>
<p>A decoração a deixou deprimida. O céu estava encoberto e,
embora a chuva tivesse cessado, não havia aquele cheiro bom de terra molhada
(petrichor, ela lera em algum lugar), mas de terra podre. O ar estava parado e
denso. Experimentou a cama. Mole demais, ela afundava entre os lençóis. “Vai
ser uma longa noite”, pensou. Tentou ler, mas a lâmpada do quarto era tão
fraca, que desistiu. Colocou o livro e a foto de Teco em cima do criado-mudo e
fechou os olhos.</p>
<p>Apesar do mofo, da cama desconfortável, dos pensamentos melancólicos,
o cansaço foi vencedor. Dormiu.</p>
<p>No mais profundo do sono, em plena madrugada, foi acordada
por...</p>
<p>Continua dia 29 de março.</p>
<p><br></p>
<p></p>
<p></p>
<p></p>
<p></p>
<p></p><p></p><div class="blogger-post-footer"><hr />
<a href="http://www.myblog.com">My Blog Name</a></div>Zoraya Cesarhttp://www.blogger.com/profile/12198659626382866081noreply@blogger.com11tag:blogger.com,1999:blog-2466388157829816161.post-71364293930936962842024-03-14T01:30:00.001-02:002024-03-14T01:30:00.136-02:00O NOVO NORMAL >> whisner fraga<p></p><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEi71ZQyk-Q1_63XAqB8pvRymQvBIHuqiT37f62dCUKQLxstRxBtKr-xCzjrppMWPv38Xu_L-Ny7EdWKW5eTq2GXjMsrwxn4wuOjvSzmyv0UGviqCMQLQLS2QGb5VgJKBGvxiBXnkvfKpDFtht63QjgjSxCDuYKf7zuRzBaKXrhNxKfV5jLsFdQZsKCUDPTX/s1024/DALL%C2%B7E%202024-03-13%2018.04.48%20-%20a%20painting%20in%20goncharova%20style%20showing%20a%20very%20warm%20day%20in%20a%20big%20city.png" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="1024" data-original-width="1024" height="320" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEi71ZQyk-Q1_63XAqB8pvRymQvBIHuqiT37f62dCUKQLxstRxBtKr-xCzjrppMWPv38Xu_L-Ny7EdWKW5eTq2GXjMsrwxn4wuOjvSzmyv0UGviqCMQLQLS2QGb5VgJKBGvxiBXnkvfKpDFtht63QjgjSxCDuYKf7zuRzBaKXrhNxKfV5jLsFdQZsKCUDPTX/s320/DALL%C2%B7E%202024-03-13%2018.04.48%20-%20a%20painting%20in%20goncharova%20style%20showing%20a%20very%20warm%20day%20in%20a%20big%20city.png" width="320" /></a></div> <p></p><p><br /></p><p>as gatas ciscam o vento no dia quente,</p><p>há critérios científicos atestando o calor da tarde de sábado,</p><p>procuro algo ameno que combata esse mormaço insensível,</p><p>mas não há nada:</p><p>as folhas murchas da cerejeira atestam a inutilidade da brisa,</p><p>corro para o ventilador, que me entrega apenas um sopro cansado, febril,</p><p>tento um livro, mas que página suportaria meu humor desagradável, cansado?,</p><p>sonho com um afago siberiano, aquela neve toda se debruçando nestas chamas,</p><p>tudo é vermelho e arde,</p><p>os panos se apegam demasiadamente ao corpo, num conluio de temperaturas,</p><p>quanto tempo até a noite e ao colchão que me enxotará de todos os sonhos?,</p><p>só há este assunto, a verdade dos termômetros,</p><p>e, ainda que não houvesse nenhuma medição, minha pele, meus músculos, meus ossos comprovam a enrascada em que nos afundamos.</p><p><br /></p><p>---------------</p><p><br /></p><p>imagem gerada pelo dall-e, a partir da seguinte orientação: uma pintura de goncharova mostrando uma cidade grande em um dia a quarenta e cinco graus celsius.<br /></p><div class="blogger-post-footer"><hr />
<a href="http://www.myblog.com">My Blog Name</a></div>whisnerhttp://www.blogger.com/profile/00207211778430892789noreply@blogger.com5tag:blogger.com,1999:blog-2466388157829816161.post-47519777724941856182024-03-13T01:01:00.005-02:002024-03-13T09:58:30.277-02:00CONSTRUÇÃO >> Carla Dias >> <p></p><p class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify;"><span style="font-family: "Georgia",serif; font-size: 12pt; line-height: 150%;"></span></p><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><span style="font-family: "Georgia",serif; font-size: 12pt; line-height: 150%;"><a href="https://pixabay.com/pt/illustrations/dire%C3%A7%C3%A3o-ficando-perdido-encruzilhada-6298712/" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;" target="_blank"><img border="0" data-original-height="1280" data-original-width="1280" height="640" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgnPi0LCDgbfTWIbsSsxsahZRH2xML92gl22NNHOxuf5p5b3hg-g17nV55vjerF_EaYEhHDaScvgExqFrw5Ry4PcRpqBoOkTY6aAef7kW0wiJ0y0CcH8W9M9X4uyTAxzIjAhyphenhyphen7GLJ35eGFn7yS5Nw62TUmYOl-Su5ZWD2YVnSq864kdVf5cCiVSXCYczRe1/w640-h640/direction-6298712_1280.jpg" width="640" /></a></span></div><span style="font-family: "Georgia",serif; font-size: 12pt; line-height: 150%;"><br /><p align="justify">Na
construção cabe tijolo, alambrado e tinta capaz de curar parede com marca
de tempo. Não precisa ser novo de tudo; o bem cuidado, não raro, enfeita com
novidade o que muitos acham já ter se curvado ao fim. Fim tem mania de se
insinuar por longo período, levando-nos a acreditar ter chegado para ficar. E então
nos enroscamos nos cabelos dele, sentindo a maciez cruel do que jamais será. De
repente, ele decide sambar em outra vizinhança, e ficamos a sós com nós mesmos,
despidos das nossas proteções, confusos sobre qual caminho seguir. Nem sempre
isso importa, e botamos o pé na estrada das ousadias, porque quem beijou a boca
do fim, sabe que ele brinca de quase acontecer, mas nunca deixa de concluir seu
trabalho. Isso a alegria não faz. Ela aprecia despetalar lindezas para se
mostrar aos crentes na sua eternidade, mesmo somente no durante de um apanhado de minutos; no quando a sua duração se estica por horas, feito um
milagre pelo qual temos apego. Depois, a mágoa se aproveita para desfilar pelos
poros da efemeridade da alegria, e isso inicia ditos e feitos. Tem choro de desaguar
em antessala, ou às escondidas, no canto da varanda ou debaixo da chuva de confetes
de carnaval fora de época. Há mar de se esconder dos olhos ao boicotar o marejar.
Às vezes, fica difícil se desfazer da seca. <span style="mso-spacerun: yes;"> </span>Alinham-se os astros, e nem sempre para provocar
as marés. Alinham-se astros, pensamentos, planos, aspirações. Se houver sorte,
da boa, a reciprocidade pode dar as caras e ser lida em cartas de tarô; aparecer,
coerente e receptiva, de braços dados com o diálogo. Na construção, a solidão é
abismo do qual somos içados pelo amor. Amor é palavra de tez macia e duração indefinida,
e para defender seu significado, não nos poupa das aflições de dilatar
sensibilidade, elas que chegam mancomunadas com adágios de nos embriagar até não sabermos quem somos a sós.<o:p></o:p></p></span><p></p>
<p class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify;"><span style="font-family: "Georgia",serif; font-size: 12pt; line-height: 150%;">A sós é
construção.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify;"><span style="font-family: "Georgia",serif; font-size: 12pt; line-height: 150%;">Acompanhado,
idem. <span style="mso-spacerun: yes;"> </span><o:p></o:p></span></p><p class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify;"><span style="font-family: "Georgia",serif; font-size: 12pt; line-height: 150%;"><span style="mso-spacerun: yes;"><br /></span></span></p><span style="color: #666666;"><i>
Imagem © <a href="https://pixabay.com/pt/users/cdd20-1193381/?utm_source=link-attribution&utm_medium=referral&utm_campaign=image&utm_content=6298712">愚木混株 Cdd20</a>,por <a href="https://pixabay.com/pt//?utm_source=link-attribution&utm_medium=referral&utm_campaign=image&utm_content=6298712">Pixabay</a></i></span>
<p class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify;"><span style="font-family: "Georgia",serif; font-size: 12pt; line-height: 150%;"><o:p> </o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify;"><span style="font-family: "Georgia",serif; font-size: 12pt; line-height: 150%;"><a href="http://carladias.com.br">carladias.com.br</a><o:p></o:p></span></p><br /><p></p><div class="blogger-post-footer"><hr />
<a href="http://www.myblog.com">My Blog Name</a></div>Carla Diashttp://www.blogger.com/profile/12441476828930833822noreply@blogger.com4tag:blogger.com,1999:blog-2466388157829816161.post-55881883405672233812024-03-12T12:12:00.002-02:002024-03-12T12:12:30.267-02:00NARRADORES IMAGINÁRIOS >> André Ferrer<p style="text-align: justify;">Na era da inteligência artificial (IA), a criação de mitos na internet está ganhando um novo protagonista: os algoritmos. Anteriormente, os mitos eram
forjados por narrativas humanas, mas agora a IA está assumindo o papel de contadora de histórias, gerando lendas digitais de forma autônoma.</p>
<p class="Normal tm5 tm6" style="text-align: justify;"><span class="tm7">Algoritmos de IA vasculham vastos bancos de dados e analisam padrões de conteúdo para criar mitos cativantes. Ao identificar temas populares e elementos emocionalmente
envolventes, esses algoritmos produzem histórias que ressoam com as audiências online, muitas vezes sem a intervenção humana direta.</span></p>
<p class="Normal tm5 tm6"><span class="tm7"><table cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="float: left;"><tbody><tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEieeIH2sQ0tvzK4ORjB6S4xsa6jRlIrfphZpP-yIGwymkeSAxW0CM_u7kN_8JZxQb6JB5d70Q8FW0EscOq-ULjsbmblHzpuFlmExyp6CQ46O5So9xFxJujupyShY8tTb5rhd4xGGN3hKRNmvfiZTt-4qPSZDtvuZMDBnT-pItYrat9Lal7YvOaDHX1rxGtB/s275/PXHERE%20-%20MENTIRAS%20ARTIFICIAIS.jpg" imageanchor="1" style="clear: left; margin-bottom: 1em; margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="183" data-original-width="275" height="183" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEieeIH2sQ0tvzK4ORjB6S4xsa6jRlIrfphZpP-yIGwymkeSAxW0CM_u7kN_8JZxQb6JB5d70Q8FW0EscOq-ULjsbmblHzpuFlmExyp6CQ46O5So9xFxJujupyShY8tTb5rhd4xGGN3hKRNmvfiZTt-4qPSZDtvuZMDBnT-pItYrat9Lal7YvOaDHX1rxGtB/s1600/PXHERE%20-%20MENTIRAS%20ARTIFICIAIS.jpg" width="275" /></a></td></tr><tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><span style="font-size: x-small;">IMAGEM: PxHere</span></td></tr></tbody></table></span></p><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;">Essas narrativas geradas por IA podem variar de contos de fantasmas modernos a lendas urbanas contemporâneas, explorando temas como tecnologia avançada, inteligência
artificial rebelde e futuros distópicos. A capacidade da IA de compreender e manipular nuances culturais e emocionais permite que ela crie mitos que se tornam viralmente populares na internet.</div><p></p>
<p class="Normal tm5 tm6" style="text-align: justify;"><span class="tm7">No entanto, essa tendência não está isenta de controvérsias. Críticos alertam para o potencial de disseminação de desinformação
e manipulação por trás desses mitos gerados por IA, levantando questões sobre ética, responsabilidade e controle humano sobre a narrativa digital.</span></p>
<p class="Normal tm5 tm6" style="text-align: justify;"><span class="tm7">À medida que a IA continua a evoluir, o fenômeno da criação de mitos online por algoritmos provavelmente se tornará ainda mais prevalente, desafiando
nossas noções tradicionais de autoria e criando uma nova fronteira para a interação entre humanos e tecnologia.</span></p><div class="blogger-post-footer"><hr />
<a href="http://www.myblog.com">My Blog Name</a></div>André Ferrerhttp://www.blogger.com/profile/00283149437703254726noreply@blogger.com6tag:blogger.com,1999:blog-2466388157829816161.post-81075535152874511942024-03-11T15:35:00.005-02:002024-03-11T20:59:11.887-02:00O homem, a mulher e o cervo >> Alfonsina Salomão <div><p></p><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgWz5kKqJsCSQS6pPeSIWysuXWPxdGhl_w-49MCJIwgdn2tjt3cSh8p1e5n0KGhVFL3j__r6r8X8_HE88b9_wUYK-Slj6HRvfBZNmJbzBfcNpdhi0JJf-m8-xYK5f0wHJ3p9oJJck62GxS6Btne6_vWY3km8c07dfJEcbvPq4n1zhe6cXD96NZXXOeuMbNN/s640/IMG_0340.JPG" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="640" data-original-width="640" height="320" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgWz5kKqJsCSQS6pPeSIWysuXWPxdGhl_w-49MCJIwgdn2tjt3cSh8p1e5n0KGhVFL3j__r6r8X8_HE88b9_wUYK-Slj6HRvfBZNmJbzBfcNpdhi0JJf-m8-xYK5f0wHJ3p9oJJck62GxS6Btne6_vWY3km8c07dfJEcbvPq4n1zhe6cXD96NZXXOeuMbNN/s320/IMG_0340.JPG" width="320" /></a></div><span face="Calibri, sans-serif" style="text-align: justify;"><br /></span><p></p><br /></div><div style="text-align: justify;">
O homem atropela um cervo. </div><div style="text-align: justify;"> </div><div style="text-align: justify;">O animal agoniza. </div><div style="text-align: justify;"> </div><div style="text-align: justify;">O homem, desesperado, busca um kit de primeiros socorros. </div><div style="text-align: justify;"> </div><div style="text-align: justify;">A mulher se dá conta da inutilidade do gesto; o homem está apenas prolongando o sofrimento do animal. </div><div style="text-align: justify;"> </div><div style="text-align: justify;">A mulher busca nas suas entranhas a força de dar um golpe de misericórdia no cervo. </div><div style="text-align: justify;"> </div><div style="text-align: justify;">O homem sente ódio dela. </div><div style="text-align: justify;"> </div><div style="text-align: justify;">Vendo o kit de primeiros socorros nas suas mãos, a mulher tenta explicar que não havia como salvá-lo. Mais uma vez, ela extrai forças das profundezas de si mesma para entender o homem, ir além do seu ressentimento. Ela também amava o cervo, mais até do quê ele. Durante anos, fizera de tudo para mantê-lo vivo e evitar que fosse atropelado. </div><div style="text-align: justify;"> </div><div style="text-align: justify;">A mulher sente a presença dos filhotes do cervo observando, paralisados, com olhos esbugalhados e orelhas empinadas. </div><div style="text-align: justify;"> </div><div style="text-align: justify;"> O homem não quer saber nada do sofrimento da mulher. Eu não queria que o animal morresse, é sua culpa - grita. Ele parece esquecer o atropelamento e enxerga apenas o golpe de misericórdia. </div><div style="text-align: justify;"> </div><div style="text-align: justify;">A mulher se deixa insultar, mais uma vez, num excesso de compaixão que beira o masoquismo.
Até quando?</div><div class="blogger-post-footer"><hr />
<a href="http://www.myblog.com">My Blog Name</a></div>Alfonsina Salomãohttp://www.blogger.com/profile/03484214436948793965noreply@blogger.com5tag:blogger.com,1999:blog-2466388157829816161.post-40826231261585042082024-03-10T02:00:00.001-02:002024-03-10T02:00:00.138-02:00PINGADO COM LEITE FRIO >> JANDER MINESSO<p> </p><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEie3A08c4hK1rTphS1aWsKjN-ZTVfrUnoesqHtmQQXtbFKIK-P4n6UHnT-f3E5ThDUZ-NSua-dvpNBxv2-Xa-3gvLWq4kV3IDHVlTrxoD8HbDegfn3xt7CxVtH1m-m-yhptqtgUm6N5Vt0XcOHdFDvQMNGYi0Q04hEyAQpkBctQJmYeoZnTaXSldoqhshOI/s1280/2024_03_10_pingado_com_leite_frio.jpeg" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="853" data-original-width="1280" height="426" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEie3A08c4hK1rTphS1aWsKjN-ZTVfrUnoesqHtmQQXtbFKIK-P4n6UHnT-f3E5ThDUZ-NSua-dvpNBxv2-Xa-3gvLWq4kV3IDHVlTrxoD8HbDegfn3xt7CxVtH1m-m-yhptqtgUm6N5Vt0XcOHdFDvQMNGYi0Q04hEyAQpkBctQJmYeoZnTaXSldoqhshOI/w640-h426/2024_03_10_pingado_com_leite_frio.jpeg" width="640" /></a></div><div style="text-align: justify;">Você era mais novo do que eu. De abril ou agosto, não lembro bem. Aliás, já esqueci vários detalhes dos pedaços de vida que a gente dividiu. Hoje, as lembranças parecem aquelas fitas VHS da nossa época, cheias de chiado e com cenas mastigadas.</div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;">Ainda assim, eu guardei algumas memórias. Por exemplo: tem uma cena meio borrada de nós dois na Galeria Pajé, comprando muamba. A gente tinha uns dez, onze anos e eu queria uma fita cassete do Ace of Base. Naquela época, de Ace of Base a Ziggy Marley, ouvíamos de tudo. E só no <i>mundo mágico das compras</i> encontrávamos fitas cassete de bandas pop suecas a um preço acessível. Décadas depois, percebi que seus pais compravam coisas lá para depois revendê-las pelo dobro do preço na loja que eles tinham. Engraçado lembrar que já existiu um mundo pré-Shopee.</div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;">Falando na loja dos seus pais, também tenho uma lembrança lá. Nós estávamos jogando Mega Drive nos fundos. Não lembro o jogo e muito menos quem ganhou, mas deve ter sido você. Depois da partida, sua mãe deu uma grana para a gente comer alguma coisa na padaria ao lado. Sentamos no balcão e escolhemos o clássico pão na chapa com pingado. Pedi o meu com leite quente. E até hoje, sou capaz de jurar que o balconista ferveu aquele leite no Vesúvio, mas é claro que eu só percebi quando o primeiro gole cauterizou minha garganta. Depois de rir até engasgar, você me deu a dica de pedir o pingado com leite frio. Cuzão.</div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;">Outra lembrança boa que eu guardo aconteceu no quintal da minha casa. Estávamos largados no chão, pingando depois de mais uma partida de futebol que comprovou nossa imperícia no esporte bretão. Enquanto esperávamos o domingo passar, emendamos um papo besta sobre as meninas da classe. Conversa vai, conversa vem, você acabou entregando que sua prima – a criatura mais linda da escola – gostava de mim. Foi um dos dias mais felizes dos primeiros doze anos da minha vida. Olhando para trás, talvez você tenha mentido. Mas uma mentira dessas merece prêmio e não repreensão. Além do mais, você não está aqui para contestar, então posso acreditar no que eu quiser e escolho acreditar que era verdade.</div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;">Essa é uma das melhores, mas nem de longe a última memória que eu guardei. Lembra na quinta série, quando sua cadeira cedeu e você caiu no chão da classe? Antes que você voltasse do recreio, eu e os outros moleques quebramos um pezinho dela por pura sacanagem. Fica de revanche pelo pingado.</div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;">Também lembro de você tocando baixo na mesma banda que eu tocava. Se não me falha a memória, você entrou logo que eu saí. Depois, você saiu e eu voltei. E no meu retorno, fui ridículo a ponto de querer provar para todo mundo que eu tocava melhor do que você. Que grande babaca, né? Mas sendo sincero, as melhores fotos da banda são aquelas em que você aparece. E se eu te conheço, você não ligava para essa competição entre nós dois. Aliás, nem cogitou que existisse alguma disputa.</div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;">São essas as imagens que gravei no VHS da nossa história. É pouca coisa, mas dá para ter uma certeza: você foi uma das pessoas mais puras que eu já conheci. Inocente a ponto de ter a coragem de ser verdadeiro consigo. E é por essa coragem que a sua morte parece ainda mais injusta. Você não merecia ser mais um número. Só que a vida pouco se importa com o nosso conceito de justiça. Então, vai em paz e obrigado pelas memórias.</div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;">Só mais uma coisa: se foi você que derrubou o travesseiro da minha cama enquanto eu escrevia, saiba que fantasma é um troço que me assusta pra caralho. Foi por isso que vim terminar o texto na sala. Mas se o seu medo é ser esquecido, uma certeza eu te dou: toda vez que tomo um pingado na padaria, eu peço com leite frio.</div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;"><i>Imagem: Pixabay</i></div><div class="blogger-post-footer"><hr />
<a href="http://www.myblog.com">My Blog Name</a></div>Jander Minessohttp://www.blogger.com/profile/13600321357792343992noreply@blogger.com11tag:blogger.com,1999:blog-2466388157829816161.post-70401215051823130532024-03-09T01:30:00.001-02:002024-03-09T01:30:00.140-02:00PITAIA >> Sergio Geia<p> </p><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgLMMEtcQKFFwMD1SskBDZsxwPNrcQI0a47BJRz9l3MOiDPsA_VaPuUrBtxW254lsrsMdzq_s4tcwPM5YaZz4CLMS4iiuCLX_wZX32IdGZ1Q0NJp-Hxa_GcSNUditchlI7yuf_QkGI8Eswt-NaEOJdrsenBXqFa6lM12zE02sv0RhiOapBc0vkMnOWeN98/s1280/pitaia%20capa.webp" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="800" data-original-width="1280" height="250" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgLMMEtcQKFFwMD1SskBDZsxwPNrcQI0a47BJRz9l3MOiDPsA_VaPuUrBtxW254lsrsMdzq_s4tcwPM5YaZz4CLMS4iiuCLX_wZX32IdGZ1Q0NJp-Hxa_GcSNUditchlI7yuf_QkGI8Eswt-NaEOJdrsenBXqFa6lM12zE02sv0RhiOapBc0vkMnOWeN98/w400-h250/pitaia%20capa.webp" width="400" /></a></div><p></p><p><br /></p><div style="text-align: justify;">
Eu o encontrei no mercadinho. Tio Marcos era só empolgação. </div><div style="text-align: justify;"> </div><div style="text-align: justify;">Não havia ganhado na loteria, nem trocado o carro. Nenhuma novidade com os filhos, os netos eram os mesmos, a tia ia bem. A causa da empolgação era algo simples e banal: um pé de pitaia. </div><div style="text-align: justify;"> </div><div style="text-align: justify;">Disse que o pé plantado no quintal havia vingado. Diante de meu interesse falou do processo de floração e frutificação. Abriu o celular, mostrou fotos. Os primeiros ramos e os primeiros brotos, o alongamento dos brotos, a abertura da flor com o dia ainda escuro, em seguida a flor já seca, o ovário verdinho indicando, segundo ele, o pegamento do fruto; eram muitos os registros. Depois me mostrou um vídeo, ele colhendo a primeira pitaia, cortando-a ao meio; com uma pequena colher, saboreando a fruta que fez nascer, dizendo com enorme orgulho, quem planta, colhe, quem planta, colhe. </div><div style="text-align: justify;"> </div><div style="text-align: justify;">Chegando em casa ainda recebi via zap todas as fotos e vídeos que ele tinha no celular de seu pé de pitaia. </div><div style="text-align: justify;"> </div><div style="text-align: justify;">E no dia seguinte, me mandou uma mensagem: </div><div style="text-align: justify;"> </div><div style="text-align: justify;">— Sergio, vou levar uma pitaia pra você. </div><div style="text-align: justify;"> </div><div style="text-align: justify;">Assim que a recebi, não perdi tempo. Cortei-a ao meio. Um pouco de caldo se esparramou no prato. A polpa era vermelha e de cor vibrante. Como ele, fiz uso de uma pequena colher. A fruta era doce e de sabor suave. </div><div style="text-align: justify;"> </div><div style="text-align: justify;">São muitos os benefícios da pitaia, pesquise no <i>Google</i>, ele insistiu, mas nem precisa. Talvez a felicidade seja o nosso melhor remédio. Às vezes a encontramos aqui e ali, num sorriso bobo, no encontro de peles, ou de almas, o que é mais difícil; às vezes a encontramos nos cheiros, sabores, textos e sons, na fruta suculenta, mas especialmente na alegria de alguém que se encanta com o simples da vida. </div><div style="text-align: justify;"> </div><div style="text-align: justify;"> </div><div style="text-align: justify;"> </div><div style="text-align: justify;">Ilustração: Pixabay e arquivo pessoal.</div><div style="text-align: justify;"> </div><div style="text-align: justify;"><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"></div><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"></div><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEj9osjfh_-5xGHmUSGDNrjHfTZYoEWA3AQRijrqAarBsp2ycEXQXxE7wZkpUwb0peMjMoS7Oh8otwUNf1rGyD4gyORhQXWHyRInMBGB5piEg41whiN5XW4SzyqEGCCpkZ1clNIJKGTXg7xMhV7vNHjtnMzX8nNBL6qQfA4mIuIWr_ShrWczswzXqs2XMCU/s1600/pitaia%2001.jpeg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="1600" data-original-width="1200" height="320" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEj9osjfh_-5xGHmUSGDNrjHfTZYoEWA3AQRijrqAarBsp2ycEXQXxE7wZkpUwb0peMjMoS7Oh8otwUNf1rGyD4gyORhQXWHyRInMBGB5piEg41whiN5XW4SzyqEGCCpkZ1clNIJKGTXg7xMhV7vNHjtnMzX8nNBL6qQfA4mIuIWr_ShrWczswzXqs2XMCU/s320/pitaia%2001.jpeg" width="240" /></a></div></div><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjS43VH9oNf5scjwmeopWwkaC9LTPuhq15OnvzEboe0-isE_uUUJjhC4KEFyt6uN2p29HiaZ60mztnYa7y3wisczDv55R-UG2fqJuFlH117QFEgj8rv7rBpmcOZTT068aqq3xmEwtHBwOiOF2ItyO91rVoYQ-6jI4zQ0z5JRnj3ibC2K2JG4f8jidGka1s/s1600/pitaia%2002.jpeg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="1600" data-original-width="1200" height="320" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjS43VH9oNf5scjwmeopWwkaC9LTPuhq15OnvzEboe0-isE_uUUJjhC4KEFyt6uN2p29HiaZ60mztnYa7y3wisczDv55R-UG2fqJuFlH117QFEgj8rv7rBpmcOZTT068aqq3xmEwtHBwOiOF2ItyO91rVoYQ-6jI4zQ0z5JRnj3ibC2K2JG4f8jidGka1s/s320/pitaia%2002.jpeg" width="240" /></a></div><br /><div style="text-align: justify;"><br /> </div><div style="text-align: justify;"> </div><div style="text-align: justify;"> <br /></div><div class="blogger-post-footer"><hr />
<a href="http://www.myblog.com">My Blog Name</a></div>sergio geiahttp://www.blogger.com/profile/10762190951314059344noreply@blogger.com8tag:blogger.com,1999:blog-2466388157829816161.post-89621623514334638512024-03-08T23:43:00.000-02:002024-03-08T23:43:16.164-02:00FALTA DE ASSUNTO >> PAULO MEIRELES BARGUIL<p style="text-align: justify;"><span style="background-color: white; font-family: Lora, serif;"><span style="font-size: large;">Quem nunca passou por isso?</span></span></p><p style="text-align: justify;"><span style="background-color: white; font-family: Lora, serif;"><span style="font-size: large;"><br /></span></span></p><p style="text-align: justify;"><span style="font-size: large;"><span style="background-color: white; font-family: Lora, serif;"><span>Aquele silêncio ensurdecedor, o tempo se arrastando e você querendo desaparecer...</span></span></span></p><p style="text-align: justify;"><span style="font-size: large;"><span style="background-color: white; font-family: Lora, serif;"><br /></span></span></p><p style="text-align: justify;"><span style="font-size: large;"><span style="background-color: white; font-family: Lora, serif;">É mais comum acontecer com quem você pouco </span></span><!--[if gte mso 9]><xml>
<o:OfficeDocumentSettings>
<o:TargetScreenSize>800x600</o:TargetScreenSize>
</o:OfficeDocumentSettings>
</xml><![endif]--><!--[if gte mso 9]><xml>
<w:WordDocument>
<w:View>Normal</w:View>
<w:Zoom>0</w:Zoom>
<w:TrackMoves/>
<w:TrackFormatting/>
<w:HyphenationZone>21</w:HyphenationZone>
<w:PunctuationKerning/>
<w:ValidateAgainstSchemas/>
<w:SaveIfXMLInvalid>false</w:SaveIfXMLInvalid>
<w:IgnoreMixedContent>false</w:IgnoreMixedContent>
<w:AlwaysShowPlaceholderText>false</w:AlwaysShowPlaceholderText>
<w:DoNotPromoteQF/>
<w:LidThemeOther>PT-BR</w:LidThemeOther>
<w:LidThemeAsian>X-NONE</w:LidThemeAsian>
<w:LidThemeComplexScript>X-NONE</w:LidThemeComplexScript>
<w:Compatibility>
<w:BreakWrappedTables/>
<w:SnapToGridInCell/>
<w:WrapTextWithPunct/>
<w:UseAsianBreakRules/>
<w:DontGrowAutofit/>
<w:SplitPgBreakAndParaMark/>
<w:EnableOpenTypeKerning/>
<w:DontFlipMirrorIndents/>
<w:OverrideTableStyleHps/>
</w:Compatibility>
<w:BrowserLevel>MicrosoftInternetExplorer4</w:BrowserLevel>
<m:mathPr>
<m:mathFont m:val="Cambria Math"/>
<m:brkBin m:val="before"/>
<m:brkBinSub m:val="--"/>
<m:smallFrac m:val="off"/>
<m:dispDef/>
<m:lMargin m:val="0"/>
<m:rMargin m:val="0"/>
<m:defJc m:val="centerGroup"/>
<m:wrapIndent m:val="1440"/>
<m:intLim m:val="subSup"/>
<m:naryLim m:val="undOvr"/>
</m:mathPr></w:WordDocument>
</xml><![endif]--><!--[if gte mso 9]><xml>
<w:LatentStyles DefLockedState="false" DefUnhideWhenUsed="false"
DefSemiHidden="false" DefQFormat="false" DefPriority="99"
LatentStyleCount="371">
<w:LsdException Locked="false" Priority="0" QFormat="true" Name="Normal"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="9" QFormat="true" Name="heading 1"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="9" SemiHidden="true"
UnhideWhenUsed="true" QFormat="true" Name="heading 2"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="9" SemiHidden="true"
UnhideWhenUsed="true" QFormat="true" Name="heading 3"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="9" SemiHidden="true"
UnhideWhenUsed="true" QFormat="true" Name="heading 4"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="9" SemiHidden="true"
UnhideWhenUsed="true" QFormat="true" Name="heading 5"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="9" SemiHidden="true"
UnhideWhenUsed="true" QFormat="true" Name="heading 6"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="9" SemiHidden="true"
UnhideWhenUsed="true" QFormat="true" Name="heading 7"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="9" SemiHidden="true"
UnhideWhenUsed="true" QFormat="true" Name="heading 8"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="9" SemiHidden="true"
UnhideWhenUsed="true" QFormat="true" Name="heading 9"/>
<w:LsdException Locked="false" SemiHidden="true" UnhideWhenUsed="true"
Name="index 1"/>
<w:LsdException Locked="false" SemiHidden="true" UnhideWhenUsed="true"
Name="index 2"/>
<w:LsdException Locked="false" SemiHidden="true" UnhideWhenUsed="true"
Name="index 3"/>
<w:LsdException Locked="false" SemiHidden="true" UnhideWhenUsed="true"
Name="index 4"/>
<w:LsdException Locked="false" SemiHidden="true" UnhideWhenUsed="true"
Name="index 5"/>
<w:LsdException Locked="false" SemiHidden="true" UnhideWhenUsed="true"
Name="index 6"/>
<w:LsdException Locked="false" SemiHidden="true" UnhideWhenUsed="true"
Name="index 7"/>
<w:LsdException Locked="false" SemiHidden="true" UnhideWhenUsed="true"
Name="index 8"/>
<w:LsdException Locked="false" SemiHidden="true" UnhideWhenUsed="true"
Name="index 9"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="39" SemiHidden="true"
UnhideWhenUsed="true" Name="toc 1"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="39" SemiHidden="true"
UnhideWhenUsed="true" Name="toc 2"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="39" SemiHidden="true"
UnhideWhenUsed="true" Name="toc 3"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="39" SemiHidden="true"
UnhideWhenUsed="true" Name="toc 4"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="39" SemiHidden="true"
UnhideWhenUsed="true" Name="toc 5"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="39" SemiHidden="true"
UnhideWhenUsed="true" Name="toc 6"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="39" SemiHidden="true"
UnhideWhenUsed="true" Name="toc 7"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="39" SemiHidden="true"
UnhideWhenUsed="true" Name="toc 8"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="39" SemiHidden="true"
UnhideWhenUsed="true" Name="toc 9"/>
<w:LsdException Locked="false" SemiHidden="true" UnhideWhenUsed="true"
Name="Normal Indent"/>
<w:LsdException Locked="false" SemiHidden="true" UnhideWhenUsed="true"
Name="footnote text"/>
<w:LsdException Locked="false" SemiHidden="true" UnhideWhenUsed="true"
Name="annotation text"/>
<w:LsdException Locked="false" SemiHidden="true" UnhideWhenUsed="true"
Name="header"/>
<w:LsdException Locked="false" SemiHidden="true" UnhideWhenUsed="true"
Name="footer"/>
<w:LsdException Locked="false" SemiHidden="true" UnhideWhenUsed="true"
Name="index heading"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="35" SemiHidden="true"
UnhideWhenUsed="true" QFormat="true" Name="caption"/>
<w:LsdException Locked="false" SemiHidden="true" UnhideWhenUsed="true"
Name="table of figures"/>
<w:LsdException Locked="false" SemiHidden="true" UnhideWhenUsed="true"
Name="envelope address"/>
<w:LsdException Locked="false" SemiHidden="true" UnhideWhenUsed="true"
Name="envelope return"/>
<w:LsdException Locked="false" SemiHidden="true" UnhideWhenUsed="true"
Name="footnote reference"/>
<w:LsdException Locked="false" SemiHidden="true" UnhideWhenUsed="true"
Name="annotation reference"/>
<w:LsdException Locked="false" SemiHidden="true" UnhideWhenUsed="true"
Name="line number"/>
<w:LsdException Locked="false" SemiHidden="true" UnhideWhenUsed="true"
Name="page number"/>
<w:LsdException Locked="false" SemiHidden="true" UnhideWhenUsed="true"
Name="endnote reference"/>
<w:LsdException Locked="false" SemiHidden="true" UnhideWhenUsed="true"
Name="endnote text"/>
<w:LsdException Locked="false" SemiHidden="true" UnhideWhenUsed="true"
Name="table of authorities"/>
<w:LsdException Locked="false" SemiHidden="true" UnhideWhenUsed="true"
Name="macro"/>
<w:LsdException Locked="false" SemiHidden="true" UnhideWhenUsed="true"
Name="toa heading"/>
<w:LsdException Locked="false" SemiHidden="true" UnhideWhenUsed="true"
Name="List"/>
<w:LsdException Locked="false" SemiHidden="true" UnhideWhenUsed="true"
Name="List Bullet"/>
<w:LsdException Locked="false" SemiHidden="true" UnhideWhenUsed="true"
Name="List Number"/>
<w:LsdException Locked="false" SemiHidden="true" UnhideWhenUsed="true"
Name="List 2"/>
<w:LsdException Locked="false" SemiHidden="true" UnhideWhenUsed="true"
Name="List 3"/>
<w:LsdException Locked="false" SemiHidden="true" UnhideWhenUsed="true"
Name="List 4"/>
<w:LsdException Locked="false" SemiHidden="true" UnhideWhenUsed="true"
Name="List 5"/>
<w:LsdException Locked="false" SemiHidden="true" UnhideWhenUsed="true"
Name="List Bullet 2"/>
<w:LsdException Locked="false" SemiHidden="true" UnhideWhenUsed="true"
Name="List Bullet 3"/>
<w:LsdException Locked="false" SemiHidden="true" UnhideWhenUsed="true"
Name="List Bullet 4"/>
<w:LsdException Locked="false" SemiHidden="true" UnhideWhenUsed="true"
Name="List Bullet 5"/>
<w:LsdException Locked="false" SemiHidden="true" UnhideWhenUsed="true"
Name="List Number 2"/>
<w:LsdException Locked="false" SemiHidden="true" UnhideWhenUsed="true"
Name="List Number 3"/>
<w:LsdException Locked="false" SemiHidden="true" UnhideWhenUsed="true"
Name="List Number 4"/>
<w:LsdException Locked="false" SemiHidden="true" UnhideWhenUsed="true"
Name="List Number 5"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="10" QFormat="true" Name="Title"/>
<w:LsdException Locked="false" SemiHidden="true" UnhideWhenUsed="true"
Name="Closing"/>
<w:LsdException Locked="false" SemiHidden="true" UnhideWhenUsed="true"
Name="Signature"/>
<w:LsdException Locked="false" SemiHidden="true" UnhideWhenUsed="true"
Name="Default Paragraph Font"/>
<w:LsdException Locked="false" SemiHidden="true" UnhideWhenUsed="true"
Name="Body Text"/>
<w:LsdException Locked="false" SemiHidden="true" UnhideWhenUsed="true"
Name="Body Text Indent"/>
<w:LsdException Locked="false" SemiHidden="true" UnhideWhenUsed="true"
Name="List Continue"/>
<w:LsdException Locked="false" SemiHidden="true" UnhideWhenUsed="true"
Name="List Continue 2"/>
<w:LsdException Locked="false" SemiHidden="true" UnhideWhenUsed="true"
Name="List Continue 3"/>
<w:LsdException Locked="false" SemiHidden="true" UnhideWhenUsed="true"
Name="List Continue 4"/>
<w:LsdException Locked="false" SemiHidden="true" UnhideWhenUsed="true"
Name="List Continue 5"/>
<w:LsdException Locked="false" SemiHidden="true" UnhideWhenUsed="true"
Name="Message Header"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="11" QFormat="true" Name="Subtitle"/>
<w:LsdException Locked="false" SemiHidden="true" UnhideWhenUsed="true"
Name="Salutation"/>
<w:LsdException Locked="false" SemiHidden="true" UnhideWhenUsed="true"
Name="Date"/>
<w:LsdException Locked="false" SemiHidden="true" UnhideWhenUsed="true"
Name="Body Text First Indent"/>
<w:LsdException Locked="false" SemiHidden="true" UnhideWhenUsed="true"
Name="Body Text First Indent 2"/>
<w:LsdException Locked="false" SemiHidden="true" UnhideWhenUsed="true"
Name="Note Heading"/>
<w:LsdException Locked="false" SemiHidden="true" UnhideWhenUsed="true"
Name="Body Text 2"/>
<w:LsdException Locked="false" SemiHidden="true" UnhideWhenUsed="true"
Name="Body Text 3"/>
<w:LsdException Locked="false" SemiHidden="true" UnhideWhenUsed="true"
Name="Body Text Indent 2"/>
<w:LsdException Locked="false" SemiHidden="true" UnhideWhenUsed="true"
Name="Body Text Indent 3"/>
<w:LsdException Locked="false" SemiHidden="true" UnhideWhenUsed="true"
Name="Block Text"/>
<w:LsdException Locked="false" SemiHidden="true" UnhideWhenUsed="true"
Name="Hyperlink"/>
<w:LsdException Locked="false" SemiHidden="true" UnhideWhenUsed="true"
Name="FollowedHyperlink"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="22" QFormat="true" Name="Strong"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="20" QFormat="true" Name="Emphasis"/>
<w:LsdException Locked="false" SemiHidden="true" UnhideWhenUsed="true"
Name="Document Map"/>
<w:LsdException Locked="false" SemiHidden="true" UnhideWhenUsed="true"
Name="Plain Text"/>
<w:LsdException Locked="false" SemiHidden="true" UnhideWhenUsed="true"
Name="E-mail Signature"/>
<w:LsdException Locked="false" SemiHidden="true" UnhideWhenUsed="true"
Name="HTML Top of Form"/>
<w:LsdException Locked="false" SemiHidden="true" UnhideWhenUsed="true"
Name="HTML Bottom of Form"/>
<w:LsdException Locked="false" SemiHidden="true" UnhideWhenUsed="true"
Name="Normal (Web)"/>
<w:LsdException Locked="false" SemiHidden="true" UnhideWhenUsed="true"
Name="HTML Acronym"/>
<w:LsdException Locked="false" SemiHidden="true" UnhideWhenUsed="true"
Name="HTML Address"/>
<w:LsdException Locked="false" SemiHidden="true" UnhideWhenUsed="true"
Name="HTML Cite"/>
<w:LsdException Locked="false" SemiHidden="true" UnhideWhenUsed="true"
Name="HTML Code"/>
<w:LsdException Locked="false" SemiHidden="true" UnhideWhenUsed="true"
Name="HTML Definition"/>
<w:LsdException Locked="false" SemiHidden="true" UnhideWhenUsed="true"
Name="HTML Keyboard"/>
<w:LsdException Locked="false" SemiHidden="true" UnhideWhenUsed="true"
Name="HTML Preformatted"/>
<w:LsdException Locked="false" SemiHidden="true" UnhideWhenUsed="true"
Name="HTML Sample"/>
<w:LsdException Locked="false" SemiHidden="true" UnhideWhenUsed="true"
Name="HTML Typewriter"/>
<w:LsdException Locked="false" SemiHidden="true" UnhideWhenUsed="true"
Name="HTML Variable"/>
<w:LsdException Locked="false" SemiHidden="true" UnhideWhenUsed="true"
Name="Normal Table"/>
<w:LsdException Locked="false" SemiHidden="true" UnhideWhenUsed="true"
Name="annotation subject"/>
<w:LsdException Locked="false" SemiHidden="true" UnhideWhenUsed="true"
Name="No List"/>
<w:LsdException Locked="false" SemiHidden="true" UnhideWhenUsed="true"
Name="Outline List 1"/>
<w:LsdException Locked="false" SemiHidden="true" UnhideWhenUsed="true"
Name="Outline List 2"/>
<w:LsdException Locked="false" SemiHidden="true" UnhideWhenUsed="true"
Name="Outline List 3"/>
<w:LsdException Locked="false" SemiHidden="true" UnhideWhenUsed="true"
Name="Table Simple 1"/>
<w:LsdException Locked="false" SemiHidden="true" UnhideWhenUsed="true"
Name="Table Simple 2"/>
<w:LsdException Locked="false" SemiHidden="true" UnhideWhenUsed="true"
Name="Table Simple 3"/>
<w:LsdException Locked="false" SemiHidden="true" UnhideWhenUsed="true"
Name="Table Classic 1"/>
<w:LsdException Locked="false" SemiHidden="true" UnhideWhenUsed="true"
Name="Table Classic 2"/>
<w:LsdException Locked="false" SemiHidden="true" UnhideWhenUsed="true"
Name="Table Classic 3"/>
<w:LsdException Locked="false" SemiHidden="true" UnhideWhenUsed="true"
Name="Table Classic 4"/>
<w:LsdException Locked="false" SemiHidden="true" UnhideWhenUsed="true"
Name="Table Colorful 1"/>
<w:LsdException Locked="false" SemiHidden="true" UnhideWhenUsed="true"
Name="Table Colorful 2"/>
<w:LsdException Locked="false" SemiHidden="true" UnhideWhenUsed="true"
Name="Table Colorful 3"/>
<w:LsdException Locked="false" SemiHidden="true" UnhideWhenUsed="true"
Name="Table Columns 1"/>
<w:LsdException Locked="false" SemiHidden="true" UnhideWhenUsed="true"
Name="Table Columns 2"/>
<w:LsdException Locked="false" SemiHidden="true" UnhideWhenUsed="true"
Name="Table Columns 3"/>
<w:LsdException Locked="false" SemiHidden="true" UnhideWhenUsed="true"
Name="Table Columns 4"/>
<w:LsdException Locked="false" SemiHidden="true" UnhideWhenUsed="true"
Name="Table Columns 5"/>
<w:LsdException Locked="false" SemiHidden="true" UnhideWhenUsed="true"
Name="Table Grid 1"/>
<w:LsdException Locked="false" SemiHidden="true" UnhideWhenUsed="true"
Name="Table Grid 2"/>
<w:LsdException Locked="false" SemiHidden="true" UnhideWhenUsed="true"
Name="Table Grid 3"/>
<w:LsdException Locked="false" SemiHidden="true" UnhideWhenUsed="true"
Name="Table Grid 4"/>
<w:LsdException Locked="false" SemiHidden="true" UnhideWhenUsed="true"
Name="Table Grid 5"/>
<w:LsdException Locked="false" SemiHidden="true" UnhideWhenUsed="true"
Name="Table Grid 6"/>
<w:LsdException Locked="false" SemiHidden="true" UnhideWhenUsed="true"
Name="Table Grid 7"/>
<w:LsdException Locked="false" SemiHidden="true" UnhideWhenUsed="true"
Name="Table Grid 8"/>
<w:LsdException Locked="false" SemiHidden="true" UnhideWhenUsed="true"
Name="Table List 1"/>
<w:LsdException Locked="false" SemiHidden="true" UnhideWhenUsed="true"
Name="Table List 2"/>
<w:LsdException Locked="false" SemiHidden="true" UnhideWhenUsed="true"
Name="Table List 3"/>
<w:LsdException Locked="false" SemiHidden="true" UnhideWhenUsed="true"
Name="Table List 4"/>
<w:LsdException Locked="false" SemiHidden="true" UnhideWhenUsed="true"
Name="Table List 5"/>
<w:LsdException Locked="false" SemiHidden="true" UnhideWhenUsed="true"
Name="Table List 6"/>
<w:LsdException Locked="false" SemiHidden="true" UnhideWhenUsed="true"
Name="Table List 7"/>
<w:LsdException Locked="false" SemiHidden="true" UnhideWhenUsed="true"
Name="Table List 8"/>
<w:LsdException Locked="false" SemiHidden="true" UnhideWhenUsed="true"
Name="Table 3D effects 1"/>
<w:LsdException Locked="false" SemiHidden="true" UnhideWhenUsed="true"
Name="Table 3D effects 2"/>
<w:LsdException Locked="false" SemiHidden="true" UnhideWhenUsed="true"
Name="Table 3D effects 3"/>
<w:LsdException Locked="false" SemiHidden="true" UnhideWhenUsed="true"
Name="Table Contemporary"/>
<w:LsdException Locked="false" SemiHidden="true" UnhideWhenUsed="true"
Name="Table Elegant"/>
<w:LsdException Locked="false" SemiHidden="true" UnhideWhenUsed="true"
Name="Table Professional"/>
<w:LsdException Locked="false" SemiHidden="true" UnhideWhenUsed="true"
Name="Table Subtle 1"/>
<w:LsdException Locked="false" SemiHidden="true" UnhideWhenUsed="true"
Name="Table Subtle 2"/>
<w:LsdException Locked="false" SemiHidden="true" UnhideWhenUsed="true"
Name="Table Web 1"/>
<w:LsdException Locked="false" SemiHidden="true" UnhideWhenUsed="true"
Name="Table Web 2"/>
<w:LsdException Locked="false" SemiHidden="true" UnhideWhenUsed="true"
Name="Table Web 3"/>
<w:LsdException Locked="false" SemiHidden="true" UnhideWhenUsed="true"
Name="Balloon Text"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="39" Name="Table Grid"/>
<w:LsdException Locked="false" SemiHidden="true" UnhideWhenUsed="true"
Name="Table Theme"/>
<w:LsdException Locked="false" SemiHidden="true" Name="Placeholder Text"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="1" QFormat="true" Name="No Spacing"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="60" Name="Light Shading"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="61" Name="Light List"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="62" Name="Light Grid"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="63" Name="Medium Shading 1"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="64" Name="Medium Shading 2"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="65" Name="Medium List 1"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="66" Name="Medium List 2"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="67" Name="Medium Grid 1"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="68" Name="Medium Grid 2"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="69" Name="Medium Grid 3"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="70" Name="Dark List"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="71" Name="Colorful Shading"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="72" Name="Colorful List"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="73" Name="Colorful Grid"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="60" Name="Light Shading Accent 1"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="61" Name="Light List Accent 1"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="62" Name="Light Grid Accent 1"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="63" Name="Medium Shading 1 Accent 1"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="64" Name="Medium Shading 2 Accent 1"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="65" Name="Medium List 1 Accent 1"/>
<w:LsdException Locked="false" SemiHidden="true" Name="Revision"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="34" QFormat="true"
Name="List Paragraph"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="29" QFormat="true" Name="Quote"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="30" QFormat="true"
Name="Intense Quote"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="66" Name="Medium List 2 Accent 1"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="67" Name="Medium Grid 1 Accent 1"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="68" Name="Medium Grid 2 Accent 1"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="69" Name="Medium Grid 3 Accent 1"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="70" Name="Dark List Accent 1"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="71" Name="Colorful Shading Accent 1"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="72" Name="Colorful List Accent 1"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="73" Name="Colorful Grid Accent 1"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="60" Name="Light Shading Accent 2"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="61" Name="Light List Accent 2"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="62" Name="Light Grid Accent 2"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="63" Name="Medium Shading 1 Accent 2"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="64" Name="Medium Shading 2 Accent 2"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="65" Name="Medium List 1 Accent 2"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="66" Name="Medium List 2 Accent 2"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="67" Name="Medium Grid 1 Accent 2"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="68" Name="Medium Grid 2 Accent 2"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="69" Name="Medium Grid 3 Accent 2"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="70" Name="Dark List Accent 2"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="71" Name="Colorful Shading Accent 2"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="72" Name="Colorful List Accent 2"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="73" Name="Colorful Grid Accent 2"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="60" Name="Light Shading Accent 3"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="61" Name="Light List Accent 3"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="62" Name="Light Grid Accent 3"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="63" Name="Medium Shading 1 Accent 3"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="64" Name="Medium Shading 2 Accent 3"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="65" Name="Medium List 1 Accent 3"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="66" Name="Medium List 2 Accent 3"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="67" Name="Medium Grid 1 Accent 3"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="68" Name="Medium Grid 2 Accent 3"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="69" Name="Medium Grid 3 Accent 3"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="70" Name="Dark List Accent 3"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="71" Name="Colorful Shading Accent 3"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="72" Name="Colorful List Accent 3"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="73" Name="Colorful Grid Accent 3"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="60" Name="Light Shading Accent 4"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="61" Name="Light List Accent 4"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="62" Name="Light Grid Accent 4"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="63" Name="Medium Shading 1 Accent 4"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="64" Name="Medium Shading 2 Accent 4"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="65" Name="Medium List 1 Accent 4"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="66" Name="Medium List 2 Accent 4"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="67" Name="Medium Grid 1 Accent 4"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="68" Name="Medium Grid 2 Accent 4"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="69" Name="Medium Grid 3 Accent 4"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="70" Name="Dark List Accent 4"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="71" Name="Colorful Shading Accent 4"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="72" Name="Colorful List Accent 4"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="73" Name="Colorful Grid Accent 4"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="60" Name="Light Shading Accent 5"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="61" Name="Light List Accent 5"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="62" Name="Light Grid Accent 5"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="63" Name="Medium Shading 1 Accent 5"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="64" Name="Medium Shading 2 Accent 5"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="65" Name="Medium List 1 Accent 5"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="66" Name="Medium List 2 Accent 5"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="67" Name="Medium Grid 1 Accent 5"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="68" Name="Medium Grid 2 Accent 5"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="69" Name="Medium Grid 3 Accent 5"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="70" Name="Dark List Accent 5"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="71" Name="Colorful Shading Accent 5"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="72" Name="Colorful List Accent 5"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="73" Name="Colorful Grid Accent 5"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="60" Name="Light Shading Accent 6"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="61" Name="Light List Accent 6"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="62" Name="Light Grid Accent 6"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="63" Name="Medium Shading 1 Accent 6"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="64" Name="Medium Shading 2 Accent 6"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="65" Name="Medium List 1 Accent 6"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="66" Name="Medium List 2 Accent 6"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="67" Name="Medium Grid 1 Accent 6"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="68" Name="Medium Grid 2 Accent 6"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="69" Name="Medium Grid 3 Accent 6"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="70" Name="Dark List Accent 6"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="71" Name="Colorful Shading Accent 6"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="72" Name="Colorful List Accent 6"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="73" Name="Colorful Grid Accent 6"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="19" QFormat="true"
Name="Subtle Emphasis"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="21" QFormat="true"
Name="Intense Emphasis"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="31" QFormat="true"
Name="Subtle Reference"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="32" QFormat="true"
Name="Intense Reference"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="33" QFormat="true" Name="Book Title"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="37" SemiHidden="true"
UnhideWhenUsed="true" Name="Bibliography"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="39" SemiHidden="true"
UnhideWhenUsed="true" QFormat="true" Name="TOC Heading"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="41" Name="Plain Table 1"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="42" Name="Plain Table 2"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="43" Name="Plain Table 3"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="44" Name="Plain Table 4"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="45" Name="Plain Table 5"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="40" Name="Grid Table Light"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="46" Name="Grid Table 1 Light"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="47" Name="Grid Table 2"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="48" Name="Grid Table 3"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="49" Name="Grid Table 4"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="50" Name="Grid Table 5 Dark"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="51" Name="Grid Table 6 Colorful"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="52" Name="Grid Table 7 Colorful"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="46"
Name="Grid Table 1 Light Accent 1"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="47" Name="Grid Table 2 Accent 1"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="48" Name="Grid Table 3 Accent 1"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="49" Name="Grid Table 4 Accent 1"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="50" Name="Grid Table 5 Dark Accent 1"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="51"
Name="Grid Table 6 Colorful Accent 1"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="52"
Name="Grid Table 7 Colorful Accent 1"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="46"
Name="Grid Table 1 Light Accent 2"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="47" Name="Grid Table 2 Accent 2"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="48" Name="Grid Table 3 Accent 2"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="49" Name="Grid Table 4 Accent 2"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="50" Name="Grid Table 5 Dark Accent 2"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="51"
Name="Grid Table 6 Colorful Accent 2"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="52"
Name="Grid Table 7 Colorful Accent 2"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="46"
Name="Grid Table 1 Light Accent 3"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="47" Name="Grid Table 2 Accent 3"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="48" Name="Grid Table 3 Accent 3"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="49" Name="Grid Table 4 Accent 3"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="50" Name="Grid Table 5 Dark Accent 3"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="51"
Name="Grid Table 6 Colorful Accent 3"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="52"
Name="Grid Table 7 Colorful Accent 3"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="46"
Name="Grid Table 1 Light Accent 4"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="47" Name="Grid Table 2 Accent 4"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="48" Name="Grid Table 3 Accent 4"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="49" Name="Grid Table 4 Accent 4"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="50" Name="Grid Table 5 Dark Accent 4"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="51"
Name="Grid Table 6 Colorful Accent 4"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="52"
Name="Grid Table 7 Colorful Accent 4"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="46"
Name="Grid Table 1 Light Accent 5"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="47" Name="Grid Table 2 Accent 5"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="48" Name="Grid Table 3 Accent 5"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="49" Name="Grid Table 4 Accent 5"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="50" Name="Grid Table 5 Dark Accent 5"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="51"
Name="Grid Table 6 Colorful Accent 5"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="52"
Name="Grid Table 7 Colorful Accent 5"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="46"
Name="Grid Table 1 Light Accent 6"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="47" Name="Grid Table 2 Accent 6"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="48" Name="Grid Table 3 Accent 6"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="49" Name="Grid Table 4 Accent 6"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="50" Name="Grid Table 5 Dark Accent 6"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="51"
Name="Grid Table 6 Colorful Accent 6"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="52"
Name="Grid Table 7 Colorful Accent 6"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="46" Name="List Table 1 Light"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="47" Name="List Table 2"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="48" Name="List Table 3"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="49" Name="List Table 4"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="50" Name="List Table 5 Dark"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="51" Name="List Table 6 Colorful"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="52" Name="List Table 7 Colorful"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="46"
Name="List Table 1 Light Accent 1"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="47" Name="List Table 2 Accent 1"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="48" Name="List Table 3 Accent 1"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="49" Name="List Table 4 Accent 1"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="50" Name="List Table 5 Dark Accent 1"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="51"
Name="List Table 6 Colorful Accent 1"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="52"
Name="List Table 7 Colorful Accent 1"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="46"
Name="List Table 1 Light Accent 2"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="47" Name="List Table 2 Accent 2"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="48" Name="List Table 3 Accent 2"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="49" Name="List Table 4 Accent 2"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="50" Name="List Table 5 Dark Accent 2"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="51"
Name="List Table 6 Colorful Accent 2"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="52"
Name="List Table 7 Colorful Accent 2"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="46"
Name="List Table 1 Light Accent 3"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="47" Name="List Table 2 Accent 3"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="48" Name="List Table 3 Accent 3"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="49" Name="List Table 4 Accent 3"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="50" Name="List Table 5 Dark Accent 3"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="51"
Name="List Table 6 Colorful Accent 3"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="52"
Name="List Table 7 Colorful Accent 3"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="46"
Name="List Table 1 Light Accent 4"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="47" Name="List Table 2 Accent 4"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="48" Name="List Table 3 Accent 4"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="49" Name="List Table 4 Accent 4"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="50" Name="List Table 5 Dark Accent 4"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="51"
Name="List Table 6 Colorful Accent 4"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="52"
Name="List Table 7 Colorful Accent 4"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="46"
Name="List Table 1 Light Accent 5"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="47" Name="List Table 2 Accent 5"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="48" Name="List Table 3 Accent 5"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="49" Name="List Table 4 Accent 5"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="50" Name="List Table 5 Dark Accent 5"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="51"
Name="List Table 6 Colorful Accent 5"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="52"
Name="List Table 7 Colorful Accent 5"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="46"
Name="List Table 1 Light Accent 6"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="47" Name="List Table 2 Accent 6"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="48" Name="List Table 3 Accent 6"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="49" Name="List Table 4 Accent 6"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="50" Name="List Table 5 Dark Accent 6"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="51"
Name="List Table 6 Colorful Accent 6"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="52"
Name="List Table 7 Colorful Accent 6"/>
</w:LatentStyles>
</xml><![endif]--><!--[if gte mso 10]>
<style>
/* Style Definitions */
table.MsoNormalTable
{mso-style-name:"Tabela normal";
mso-tstyle-rowband-size:0;
mso-tstyle-colband-size:0;
mso-style-noshow:yes;
mso-style-priority:99;
mso-style-parent:"";
mso-padding-alt:0cm 5.4pt 0cm 5.4pt;
mso-para-margin:0cm;
mso-para-margin-bottom:.0001pt;
mso-pagination:widow-orphan;
font-size:10.0pt;
font-family:"Segoe UI","sans-serif";}
</style>
<![endif]--><span style="font-family: "Cambria Math","serif"; font-size: 12.0pt; mso-ansi-language: PT-BR; mso-bidi-font-family: "Cambria Math"; mso-bidi-language: AR-SA; mso-fareast-font-family: "Segoe UI"; mso-fareast-language: EN-GB;">–</span><span style="font-size: large;"><span style="background-color: white; font-family: Lora, serif;"> ou nada </span></span><span style="font-family: "Cambria Math","serif"; font-size: 12.0pt; mso-ansi-language: PT-BR; mso-bidi-font-family: "Cambria Math"; mso-bidi-language: AR-SA; mso-fareast-font-family: "Segoe UI"; mso-fareast-language: EN-GB;">– </span><span style="font-size: large;"><span style="background-color: white; font-family: Lora, serif;">conhece.</span></span></p><p style="text-align: justify;"><span style="font-size: large;"><span style="background-color: white; font-family: Lora, serif;"> </span></span></p><p style="text-align: justify;"><span style="font-size: large;"><span style="background-color: white; font-family: Lora, serif;">Mas também ocorre com pessoas próximas.<br /></span></span></p><p style="text-align: justify;"><span style="font-size: large;"><span style="background-color: white; font-family: Lora, serif;"><br /></span></span></p><p style="text-align: justify;"><span style="font-size: large;"><span style="background-color: white; font-family: Lora, serif;">Ainda bem que tem gente caridosa no mundo e prepara uma <a href="https://www.dicasdemulher.com.br/como-encontrar-assunto-para-conversar/" target="_blank">lista</a> de assuntos diversos </span></span><span style="font-size: large;"><span style="background-color: white; font-family: Lora, serif;"></span></span><span style="font-family: "Cambria Math","serif"; font-size: 12.0pt; mso-ansi-language: PT-BR; mso-bidi-font-family: "Cambria Math"; mso-bidi-language: AR-SA; mso-fareast-font-family: "Segoe UI"; mso-fareast-language: EN-GB;">–</span><span style="font-size: large;"><span style="background-color: white; font-family: Lora, serif;"> planos para o futuro, comida, viagens, trabalho, amigos, hobbies, tempo livre, dias especiais, cultura, esporte... </span></span><span style="font-size: large;"><span style="background-color: white; font-family: Lora, serif;"></span></span><span style="font-size: large;"><span style="background-color: white; font-family: Lora, serif;"></span></span><span style="font-family: "Cambria Math","serif"; font-size: 12.0pt; mso-ansi-language: PT-BR; mso-bidi-font-family: "Cambria Math"; mso-bidi-language: AR-SA; mso-fareast-font-family: "Segoe UI"; mso-fareast-language: EN-GB;">– </span><span style="font-size: large;"><span style="background-color: white; font-family: Lora, serif;">e com perguntas.</span></span></p><p style="text-align: justify;"><span style="font-size: large;"><span style="background-color: white; font-family: Lora, serif;"> </span></span></p><p style="text-align: justify;"><span style="font-size: large;"><span style="background-color: white; font-family: Lora, serif;">Por hoje, eu resolvi o meu drama. </span></span></p><p style="text-align: justify;"><span style="font-size: large;"><span style="background-color: white; font-family: Lora, serif;"> </span></span></p><p style="text-align: justify;"><span style="font-size: large;"><span style="background-color: white; font-family: Lora, serif;">Na próxima vez, seja para falar ou escrever, já sei onde vou procurar...</span></span></p><div class="blogger-post-footer"><hr />
<a href="http://www.myblog.com">My Blog Name</a></div>Paulo Barguilhttp://www.blogger.com/profile/02501311993434833106noreply@blogger.com5tag:blogger.com,1999:blog-2466388157829816161.post-78893843687830870402024-03-06T01:46:00.001-02:002024-03-06T01:46:31.915-02:00Sobremesa << SORAYA JORDÃO<p></p><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEivIuiPJis7vgs8UknH2jJhKTm6WXN9GbaeOPbuhf85suRl0UAlTxb23nrC91AXyng4lb-Rk3VQdOSdtLuMxBxxMBUXSF16AZQW2cMXVqufqsJqBlh_5C49b_QlNyLto8QazhoUncjKDtPz0QI0TNE4Gtg9gfTQjRFlz2upnriMVX-IjcAtGiKvfFW_Zq_1/s1280/PHOTO-2024-03-05-15-52-01.jpg" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="1280" data-original-width="990" height="320" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEivIuiPJis7vgs8UknH2jJhKTm6WXN9GbaeOPbuhf85suRl0UAlTxb23nrC91AXyng4lb-Rk3VQdOSdtLuMxBxxMBUXSF16AZQW2cMXVqufqsJqBlh_5C49b_QlNyLto8QazhoUncjKDtPz0QI0TNE4Gtg9gfTQjRFlz2upnriMVX-IjcAtGiKvfFW_Zq_1/s320/PHOTO-2024-03-05-15-52-01.jpg" width="248" /></a></div><br /> <p></p><div style="text-align: justify;">No último final de semana, numa roda de amigos, da minha faixa etária (essa informação é relevante), conversávamos sobre o envelhecer e a resultante promoção ao cargo de colecionador(a) de perdas.</div><div style="text-align: justify;"> </div><div style="text-align: justify;">Sem nenhum preparo, convocação ou aviso prévio, somos obrigados a assumir o trampo, o B.O, a consequência, o castigo, nomeiem como preferirem, de termos nascido e sobrevivido até aqui. De forma sorrateira, em um dia qualquer, irmão de tantos outros, desfrutados em glória, acordamos os mesmos de ontem, num corpo mudado, cheio de vontades, ou melhor dizendo, de más vontades com a gente.
Os poros que antes sorriam, agora gritam por hidratantes, os nomes das coisas e das pessoas vão passear em outras mentes, a nitidez se embaça, a firmeza claudica, a lembrança do que fomos torna-se mais atraente do que a aposta no que poderíamos vir a ser. </div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;">Em comboio se vai a autoestima, a libido, a memória, a visão, a audição, o colágeno, os amigos, os amores, os dentes, os parentes, o estrogênio, as certezas, a autonomia, entre outras coisas mais, que não citarei para não partir, também, a esperança. </div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;">Nos tornamos desinteressantes, repetitivos, reclamantes para um mundo que exige plenitude e felicidade inesgotável.
Depois de muita queixa, chopp e debate, a maioria acordou que o melhor a fazer, na velhice, é aprender a perder para concluir a missão com honrarias.
Rebati, claro. Nem na escola me empenhei para me destacar, não seria agora que teria apego às premiações por bom comportamento! Só me faltava essa…no auge da falência hormonal, ter que dar conta de ser boa moça e acreditar na propaganda da melhor idade. Aí já é exigir muito do meu fetiche com a ilusão. Além disso, não precisa ser a melhor fase para valer a pena ser vivida, isso é coisa desse tempo invejoso e predador.</div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;">No final das contas, embora a fachada esteja em condições precárias, a casa em seu interior está arrumada, aconchegante, florida e perfumada. Decorada para apreciação dos verdadeiros. Já não convido ninguém por educação. Ando dentro de mim sem sutiã ou sapato apertado. De cara lavada, sem maquiar sorrisos para agradar.</div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;">Despida de tudo que me enfeitava, corro solta, frouxa, livre pelas horas.</div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;">Lembrei das senhorinhas que fazem ginástica na praça, lotam os ônibus de excursão para Aparecida e senti uma alegria menina. </div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;">Não envelhece quem quer, mas quem pode.</div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;">Mesa posta, farta. Saboreie sem pressa.</div><div class="blogger-post-footer"><hr />
<a href="http://www.myblog.com">My Blog Name</a></div>Soraya Jordãohttp://www.blogger.com/profile/12734938840811690732noreply@blogger.com12tag:blogger.com,1999:blog-2466388157829816161.post-23022553752460083482024-03-05T22:19:00.000-02:002024-03-05T22:19:06.237-02:00QUEM CRIOU AS EXPRESSÕES?<div style="text-align: justify;">A maternidade tira definitivamente a gente da zona de conforto e nos faz refletir sobre coisas que nunca pensamos.</div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;">E quando eu digo nunca, é nunca mesmo.</div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;">Por exemplo, eu nunca havia refletido sobre quem criou as “frases feitas” para expressar algo que todo mundo entende, mas que, no fundo, são grandes mentiras.</div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;">Por exemplo, quando alguém diz “dormi igual a um bebê” todo mundo entende que a pessoa está querendo dizer que dormiu muito bem. Agora, no quesito realidade, essa frase passou longe.</div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;">Podia ser dormi igual a um coala ou um bicho preguiça, mas um bebê? Não é possível que seja só aqui em casa, mas o bebê acorda a cada 2 horas, não há no mundo quem considere isso como dormir bem.</div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;">Outra comparação muito comum que hoje não faz mais sentido para mim é quando alguém faz algo “difícil” e diz que foi um parto.</div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;">Gente, na boa, assistir a um filme ruim foi um parto? Conversar 30min com aquela pessoa chata e sem papo foi um parto? Aguardar na sala de espera de um consultório médico foi um parto?</div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;">Pois eu te digo com toda certeza que não foi! No parto eu achei que ia dessa para uma melhor, foi a pior dor que já senti na vida, não existem palavras para descrever! Acredite, a única coisa que chega perto da dor de um parto é outro parto, e ponto final.</div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;">Por último, tem uma frase que não chega a ser uma expressão, mas toda mãe já ouviu e pode ser controversa: aproveite, pois passa rápido!</div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;">De fato, a maternidade transforma nossa relação com o tempo. Os anos passam rápido até demais, mas os dias… ah, os dias… esses podem ser tão lentos que mais parecem anos.</div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;">Por isso, evitem falar para uma mãe que passou a madrugada em claro, que amamentou durante uma hora, mas no relógio só passaram 10 minutos, que é para ela aproveitar. </div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;">Ela aproveita enquanto sobrevive. </div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;">Daqui a uns anos, pode ter certeza que ela vai olhar para trás e achar que passou rápido, mas hoje, por favor, apenas ofereça a essa mãe uma xícara de café.</div><div class="blogger-post-footer"><hr />
<a href="http://www.myblog.com">My Blog Name</a></div>Clara Braga de Oliveira e Silvahttp://www.blogger.com/profile/11425766270347168055noreply@blogger.com3tag:blogger.com,1999:blog-2466388157829816161.post-19474338309850121472024-03-04T09:24:00.001-02:002024-03-04T09:24:42.588-02:00CATACUMBA >> Albir José Inácio da Silva<p> </p><p class="MsoNormal"><span style="font-size: 13.0pt; line-height: 115%;">UMA SINHÁ
BOAZINHA<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-justify: inter-ideograph;"><span style="font-size: 13.0pt; line-height: 115%;"><o:p> </o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-justify: inter-ideograph;"><span style="font-size: 13.0pt; line-height: 115%;">Durante o século XIX, a área onde
está localizado hoje o Parque da Catacumba era uma chácara pertencente à
Baronesa da Lagoa Rodrigo de Freitas. Por bondade, remorso ou medo do inferno,
a sinhá transferiu a posse das terras para seus escravos recém-libertados.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-justify: inter-ideograph;"><span style="font-size: 13.0pt; line-height: 115%;"><o:p> </o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-justify: inter-ideograph;"><span style="font-size: 13.0pt; line-height: 115%;">O nome <b style="mso-bidi-font-weight: normal;"><i style="mso-bidi-font-style: normal;">Catacumba</i></b>, segundo
histórias que se contavam entre os antigos moradores, devia-se à existência um
cemitério índio em tempos remotos. Mas quanto a isso não há comprovação.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-justify: inter-ideograph;"><span style="font-size: 13.0pt; line-height: 115%;"><o:p> </o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-justify: inter-ideograph;"><span style="font-size: 13.0pt; line-height: 115%;">Na década de 20 do século passado a
chácara foi dividida em 32 lotes. Nos anos 30 foram erguidos os primeiros
barracos, que se multiplicaram com a chegada de migrantes nordestinos fugidos
da seca nos anos 40.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-justify: inter-ideograph;"><span style="font-size: 13.0pt; line-height: 115%;"><o:p> </o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-justify: inter-ideograph;"><span style="font-size: 13.0pt; line-height: 115%;">A favela não incomodava ninguém, da
mesma forma que a senzala não incomodou nos séculos anteriores.<span style="mso-spacerun: yes;"> </span>A mão de obra barata estava ali à
disposição.<span style="mso-spacerun: yes;"> </span>A favela cresceu para os
lados e para cima.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-justify: inter-ideograph;"><span style="font-size: 13.0pt; line-height: 115%;"><span style="mso-spacerun: yes;"> </span><o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-justify: inter-ideograph;"><span style="font-size: 13.0pt; line-height: 115%;">Em 7 de agosto de 1967, o Jornal do
Brasil descreveu assim o cotidiano da favela:<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-justify: inter-ideograph;"><span style="font-size: 13.0pt; line-height: 115%;"><o:p> </o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-justify: inter-ideograph;"><span style="font-size: 13.0pt; line-height: 115%;">“Às cinco horas da manhã, a Catacumba
começa a despejar seus moradores. Copeiras, cozinheiras e babás descem as
escadarias, saindo para as ‘casas das madames’”. Trabalhadores (grande número
de operários em construção) formam filas nos dois pontos de ônibus ou caminham
a pé em direção de Copacabana, Ipanema e Leblon”. <o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-justify: inter-ideograph;"><span style="font-size: 13.0pt; line-height: 115%;"><o:p> </o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-justify: inter-ideograph;"><span style="font-size: 13.0pt; line-height: 115%;"><span style="mso-spacerun: yes;"> </span><span style="mso-spacerun: yes;">
</span><o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal"><span style="font-size: 13.0pt; line-height: 115%;"><span style="mso-spacerun: yes;"> </span>VALORIZAÇÃO<span style="mso-spacerun: yes;">
</span><o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-justify: inter-ideograph;"><span style="font-size: 13.0pt; line-height: 115%;"><o:p> </o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-justify: inter-ideograph;"><span style="font-size: 13.0pt; line-height: 115%;">Algumas décadas depois a área da
antiga favela se transformou num dos espaços mais valorizados pelo mercado
imobiliário. Os antigos moradores começaram a incomodar com seus tambores, seus
barracos e sua pobreza.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-justify: inter-ideograph;"><span style="font-size: 13.0pt; line-height: 115%;"><o:p> </o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-justify: inter-ideograph;"><span style="font-size: 13.0pt; line-height: 115%;">A Lagoa Rodrigo de Freitas está no
chamado “anel de ouro”, área da zona sul do Rio de Janeiro que inclui Ipanema,
Leblon, Gávea e Jardim Botânico, onde estão os edifícios de luxo da classe A. <o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-justify: inter-ideograph;"><span style="font-size: 13.0pt; line-height: 115%;"><o:p> </o:p></span></p>
<p class="MsoNormal"><span style="font-size: 13.0pt; line-height: 115%;">LIMPEZA<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-justify: inter-ideograph;"><span style="font-size: 13.0pt; line-height: 115%;"><o:p> </o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-justify: inter-ideograph;"><span style="font-size: 13.0pt; line-height: 115%;">A favela da Catacumba foi removida em
1970, com as famílias expulsas ou transferidas para zonas mais remotas da
cidade, pelo Governador Negrão de Lima.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-justify: inter-ideograph;"><span style="font-size: 13.0pt; line-height: 115%;"><span style="mso-spacerun: yes;"> </span><o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-justify: inter-ideograph;"><span style="font-size: 13.0pt; line-height: 115%;">Há outras favelas na luxuosa zona sul
carioca, mas, com o fim da ditadura, a redemocratização do país e a
Constituição cidadã de 1988, novas leis puseram fim à sanha higienista que
inspirou os governantes do século passado.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-justify: inter-ideograph;"><span style="font-size: 13.0pt; line-height: 115%;"><span style="mso-spacerun: yes;"> </span><span style="mso-spacerun: yes;"> </span><o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-justify: inter-ideograph;"><span style="font-size: 13.0pt; line-height: 115%;">Pela Emenda Constitucional nº 26 de
2000, a moradia foi incluída entre os direitos sociais. O Estatuto da Cidade,
Lei 10257 de 2001, determinou a regularização fundiária das áreas ocupadas por
população de baixa renda. E a Lei Orgânica do Município do Rio de Janeiro
estatuiu que a política de desenvolvimento urbano se fará “sem a remoção de
moradores”, salvo quando há risco de desabamento.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-justify: inter-ideograph;"><span style="font-size: 13.0pt; line-height: 115%;"><o:p> </o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-justify: inter-ideograph;"><span style="font-size: 13.0pt; line-height: 115%;"><span style="mso-spacerun: yes;"> </span>MALDADE MARAVILHOSA <span style="mso-spacerun: yes;"> </span><span style="mso-spacerun: yes;"> </span><o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-justify: inter-ideograph;"><span style="font-size: 13.0pt; line-height: 115%;"><o:p> </o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-justify: inter-ideograph;"><span style="font-size: 13.0pt; line-height: 115%;">Mas as comunidades pobres ainda são
consideradas manchas na arquitetura e nas belezas naturais da cidade
maravilhosa.<span style="mso-spacerun: yes;"> </span>Sempre há os que sonham com
a “limpeza” dessas áreas. <span style="mso-spacerun: yes;"> </span>Além disso, o
custo de vida nos bairros nobres se torna proibitivo para os moradores das
favelas. Sem falar no assédio, às vezes criminoso, da especulação imobiliária a
que estão submetidos. <span style="mso-spacerun: yes;"> </span>Os sociólogos
chamam esse fenômeno de <b style="mso-bidi-font-weight: normal;"><i style="mso-bidi-font-style: normal;">gentrificação</i></b>, ou seja, a
substituição da paisagem popular por construções típicas de áreas nobres.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-justify: inter-ideograph;"><span style="font-size: 13.0pt; line-height: 115%;"><o:p> </o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-justify: inter-ideograph;"><span style="font-size: 13.0pt; line-height: 115%;">O Parque da Catacumba hoje abriga espaço
para lazer, esportes e piqueniques e oferece mirantes com vista para a Lagoa. É
mais um cartão-postal do Rio de Janeiro. <o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-justify: inter-ideograph;"><span style="font-size: 13.0pt; line-height: 115%;"><o:p> </o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-justify: inter-ideograph;"><span style="font-size: 13.0pt; line-height: 115%;">Os trabalhadores continuam chegando todas
as manhãs e voltando todas as tardes para suas casas. Mas agora gastam de
quatro a seis horas de viagem por dia.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-justify: inter-ideograph;"><span style="font-size: 13.0pt; line-height: 115%;"><span style="mso-spacerun: yes;"> </span><o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-justify: inter-ideograph;"><span style="font-size: 13.0pt; line-height: 115%;">E assim a senzala continua
imprescindível para as elites. Só que vai sendo empurrada cada vez para mais longe
da casa-grande.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-justify: inter-ideograph;"><span style="font-size: 13.0pt; line-height: 115%;"><o:p> </o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-justify: inter-ideograph;"><span style="font-size: 13.0pt; line-height: 115%;"><o:p> </o:p></span></p><div class="blogger-post-footer"><hr />
<a href="http://www.myblog.com">My Blog Name</a></div>Albirhttp://www.blogger.com/profile/05821717397275189449noreply@blogger.com4tag:blogger.com,1999:blog-2466388157829816161.post-80323667933536705142024-03-03T01:01:00.013-02:002024-03-03T01:01:00.128-02:00AMIZADE >> Ana Raja<p></p><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiJxqV1SHYhCSVehXSyEwC7vnwZauWR3F2gF_jYn451g_AgrFNhRgSsU-JFYfEY35_jXHijv2g2zzKb-dzNqYbZZXmYGFQ8h3M3-vTj9x117VtPUSc6EJcKAz4VCEPBI7H4fwr0FUfRTB4UC4D2rwB9nt1HcAuVNM2bGIEllR9Atk_kW2bn9jX6Y4OFDGY/s1280/people-2608145_1280.jpg" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="807" data-original-width="1280" height="404" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiJxqV1SHYhCSVehXSyEwC7vnwZauWR3F2gF_jYn451g_AgrFNhRgSsU-JFYfEY35_jXHijv2g2zzKb-dzNqYbZZXmYGFQ8h3M3-vTj9x117VtPUSc6EJcKAz4VCEPBI7H4fwr0FUfRTB4UC4D2rwB9nt1HcAuVNM2bGIEllR9Atk_kW2bn9jX6Y4OFDGY/w640-h404/people-2608145_1280.jpg" width="640" /></a></div><br />Preciso de amigos para viver bem. Quem não precisa? <p></p><p>As melhores amigas eu sempre mantenho por perto. Me lembro das primeiras, da época da escola, quando estudar também era sinônimo de brincadeiras. Nessa fase da vida, começamos a exercitar um dos amores mais bonitos, e ele nos seguirá por toda a nossa história. Nem sempre serão as mesmas amizades. A vida é cíclica, assim como a passagem das pessoas por nós, mas elas deixam marcas na gente. </p><p>Na adolescência, o relacionamento é explosivo, egoísta, intenso e inesquecível. Costuma-se andar em grupos e planejar juntos os mesmos sonhos. As risadas e o estilo de roupa são muito parecidos; a conexão é afinada, às vezes até frases são ditas em uníssono, e dá-lhe correria para achar uma cor verde e gritar “sorte”! Nessa fase, as lágrimas e as primeiras vezes têm de ser compartilhadas com urgência. </p><p>Só não há como descartar o risco de decepções e rompimentos. Cicatrizes expostas vão se fechando ao encontrarmos com outros amores-amigos. Os tombos são necessários para o amadurecimento, e para eventualmente nos tornar capazes de enxergar que está tudo bem; talvez esbarremos em um antigo amor-amigo na rua, num domingo de sol, e quem sabe tomemos suco de melancia enquanto ouvimos o que o tempo ausente, um do outro, tem a nos dizer. </p><p>Mais velhos, nossos relacionamentos podem ser ainda melhores, seja por conta das horas mais calmas ou pela certeza de um ombro. Algumas pessoas carregam para o futuro amizades lá de trás, ao acreditarem nelas como a base desse amor-amigo. Depois disso, fazem apenas novos colegas, não amigos. </p><p>Eu sou um pouco diferente. </p><p>Estou aberta a novos apaixonamentos. Adoro quando dou de cara com um amor-amigo, meu coração se alegra com mais esse novo abalo, e me dedico a essa construção. Amar na amizade é crescer, é ser feliz, é não ser nada e ser tudo ao mesmo tempo; e ele parece não desejar afastar, pois quando se encontra um amor-amigo é como se o tivéssemos visto na noite anterior. Dispensa-se as formalidades, vai-se logo ao que interessa. E o que interessa? O outro. O outro que também é feito de nós.</p><div><i><br /></i></div><i>
Imagem © <a href="https://pixabay.com/users/stocksnap-894430/?utm_source=link-attribution&utm_medium=referral&utm_campaign=image&utm_content=2608145">StockSnap</a>, por <a href="https://pixabay.com//?utm_source=link-attribution&utm_medium=referral&utm_campaign=image&utm_content=2608145">Pixabay</a></i><div><br /></div><div><a href="http://anaraja.com.br"><span style="color: #3d85c6;">anaraja.com.br</span></a></div><div class="blogger-post-footer"><hr />
<a href="http://www.myblog.com">My Blog Name</a></div>Ana Rajahttp://www.blogger.com/profile/01956633706502128596noreply@blogger.com8tag:blogger.com,1999:blog-2466388157829816161.post-39186036649653747662024-03-02T11:18:00.003-02:002024-03-02T11:18:37.137-02:00UMA VOZ POR ESCRITO >> Cristiana Moura<p>—Que voz é esta?</p><p>—Não sei.</p><p>— Que voz é esta?</p><p>—Qual voz? Só ouço a tua.</p><p>—Que voz é esta?</p><p>—Eu não ouço.</p><p>— Você está surda?</p><p>—Eu pouco você.</p><p>— E que voz é esta que ouço?</p><p>—Eu só ouço a sua voz?</p><p>—E esta voz que ouço?</p><p>—O que ela diz?</p><p>— Eu não entendo.</p><p>—Como sabe que ouve e não sabe o que ela diz?</p><p>— Eu ouço. É som. É palavra distante como uma lembrança vaga, uma memória de tempos remotos. como quando a alegria é quase de verdade.</p><p>—Quase de verdade?</p><p>—É, quase de verdade</p><p>—É isso que a voz te diz?</p><p>—Não. Eu não a entendo. Essa é a sensação da voz ecoando em mim.</p><p>—Moça, eu só ouço a sua voz.</p><p>—E essa que eu ouço e não entendo?</p><p>—Deve ser a sua própria voz.</p><p>—A minha voz?</p><p>—É uma possibilidade.</p><p>— E o que estou dizendo?</p><p>— Moça, silencie, pare de falar. Quem sabe assim você entenda o que essa voz lhe diz.</p><p>Silenciar. Tento buscar espaços de silêncio dentro de mim, contato é tanto o barulho!Quero entendê-la ou calá-la. Ponho os pés na terra e tento silenciar ou , ao menos , aquietar meus pensamentos. Talvez a palavra que não compreendo seja, simplesmente, a palavra que ainda não foi escrita.</p><p><br /></p><div class="blogger-post-footer"><hr />
<a href="http://www.myblog.com">My Blog Name</a></div>Cristiana Mourahttp://www.blogger.com/profile/01928419598022962896noreply@blogger.com4tag:blogger.com,1999:blog-2466388157829816161.post-3851178949177525042024-03-01T21:48:00.005-02:002024-03-03T19:14:33.147-02:00JANTAR DE CASAMENTO >> Zoraya Cesar<p></p><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhGyp7Z-GFMIo5BuY6Dweom0CLrHHmsjHHjq_6xc3jYoOH1d43zz386AjbWJsfdiUrCV9tXbgWkNUR-UZnAkgNLDqVpI9UywJW3pZM7u_g7NC_vWwsypJEw0b0WHjBotUKievLfCw5jVZyJC7UosM7b_Wn71PDxsZTfYDmV-QpGIMnnw7KbHdc7W6Z514k/s2000/CAPA%20JANTAR%20DE%20CASAMENTO%202024.jpg" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="1414" data-original-width="2000" height="452" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhGyp7Z-GFMIo5BuY6Dweom0CLrHHmsjHHjq_6xc3jYoOH1d43zz386AjbWJsfdiUrCV9tXbgWkNUR-UZnAkgNLDqVpI9UywJW3pZM7u_g7NC_vWwsypJEw0b0WHjBotUKievLfCw5jVZyJC7UosM7b_Wn71PDxsZTfYDmV-QpGIMnnw7KbHdc7W6Z514k/w640-h452/CAPA%20JANTAR%20DE%20CASAMENTO%202024.jpg" width="640" /></a></div><p></p><p><span style="font-family: inherit;">Comecei lavando pratos. Não
quebrava nenhum! Aí me engracei com o ajudante de cozinheiro e subi de posto. Eu
levava jeito pra coisa.</span></p><p class="MsoNormal" style="line-height: 115%;"><span style="font-family: inherit;"><o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="line-height: 115%;"><span style="font-family: inherit;">Fui galgando postos (e outras
coisas também, vocês não sabem o quanto é difícil pra uma mulher fora da flor
da idade subir na vida), juntanto dinheiro, até realizar meu sonho. <o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="line-height: 115%;"><span style="font-family: inherit;">Tenho um food truck. Coisa modesta,
numa ‘área de risco médio’, digamos, num subúrbio que nem vale a pena dizer o
nome. <o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="line-height: 115%;"><span style="font-family: inherit;">Mas esperem, deixem-me contar desde
o início. <span style="mso-spacerun: yes;"> </span><o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="line-height: 115%;"><span style="font-family: inherit;">Eu era bem apaixonada por ele. Quando nos casamos, ou melhor, juntamos (se bem que, amigado com fé, casado é, não é?) eu e<span style="line-height: 115%;">ra jovem, linda, alegre, loura. Estava muito orgulhosa de mim. Trabalhava como faxineira durante
o dia e estudava à noite. Cuidava e botava dinheiro em nossa casa. Meu homem
não tinha sorte com emprego. Mas não lhe faltava cerveja gelada, comida e cama
quentinhas. Ele tocava violão pra mim. Nada como o amor da juventude. Não é? <o:p></o:p></span></span></p>
<p class="MsoNormal" style="line-height: 115%;"><span style="line-height: 115%;"><span style="font-family: inherit;">Os anos, no entanto, não entendem de amor. Minha vida foi
ficando sofrida, sabe? Vendendo o almoço pra comprar a janta. Eu estava
maltratada e envelhecida. Não podia comprar uma porcaria de um esmalte, um
mísero batom. Meu homem me perseguia no trabalho, querendo dinheiro. Em casa
que não tem pão, todo mundo briga e ninguém tem razão. Ele me batia. Pedia
perdão. Eu cedia. Ele me batia. Pedia... num círculo vicioso infinito. Tudo o
que eu queria é que ele tomasse jeito. <o:p></o:p></span></span></p>
<p class="MsoNormal" style="line-height: 115%;"><span style="line-height: 115%;"><span style="font-family: inherit;">O jeito que ele tomou foi me botar pra fora de casa, da <b>minha</b>
casa!, pra se enrabichar com uma rapariga novinha, novinha. <o:p></o:p></span></span></p>
<p class="MsoNormal" style="line-height: 115%;"><span style="line-height: 115%;"><span style="font-family: inherit;">Saí, o rabo entre as pernas, a vagina seca, aparência de megera
e um coração humilhado. Peguei o dinheiro que escondi na casa de uma das patroas
e sumi. <o:p></o:p></span></span></p>
<p class="MsoNormal" style="line-height: 115%;"><span style="line-height: 115%;"><span style="font-family: inherit;">Cortei os cabelos bem curtos, pintei de preto, fiz uma
tatuagem e voltei a usar maquiagem. <span style="background-attachment: initial; background-clip: initial; background-color: white; background-image: initial; background-origin: initial; background-position: initial; background-repeat: initial; background-size: initial; background: white;">Nunca recuperei o viço e a fé, no entanto.</span> <o:p></o:p></span></span></p>
<p class="MsoNormal" style="line-height: 115%;"><span style="line-height: 115%;"><span style="font-family: inherit;">Meu food truck era simples, mas correto. Pobre gosta de coisa
boa, não gosta de porcaria não. Minha comida era variada e bem feita. E eu
tinha uma mão pra brigadeiro! Eram disputados a tapa. Às 6as eu fazia batata
frita de graça pra acompanhar os pratos. <o:p></o:p></span></span></p>
<p class="MsoNormal" style="line-height: 115%;"><span style="line-height: 115%;"><span style="font-family: inherit;">Dinheiro entrava aos <span style="background-color: white;"><span style="background-attachment: initial; background-clip: initial; background-image: initial; background-origin: initial; background-position: initial; background-repeat: initial; background-size: initial;">pouquinhos</span>, </span>mas entrava. Eu tava feliz. Continuava
com a aparência acabada, mas tava feliz. <o:p></o:p></span></span></p>
<p class="MsoNormal" style="line-height: 115%;"><span style="font-family: inherit;">Enfim, vida seguia. <o:p></o:p></span></p><p class="MsoNormal" style="line-height: 115%;"><span style="font-family: inherit;">--------</span></p>
<p class="MsoNormal" style="line-height: 115%;"><span style="font-family: inherit;">O sujeito era um chefete de último
escalão no tráfico. Tipo bandido-família, crente, que não admitia desfeita com
morador. Dava-se ares de importância, mas era um zé-mané. Gostava da minha comida.
Vinha com um guarda-costas alto e pesadão. Dava gorjetas generosas, mostrando
as notas para todos verem. <o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="line-height: 115%;"><span style="font-family: inherit;">Eu ficava meio cabreira. Esmola
demais o santo desconfia. Se ele quisesse guardar drogas no meu food truck,
juro que largava tudo pra trás de novo. <o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="line-height: 115%;"><span style="font-family: inherit;">Quando ele pediu para conversar
comigo, minhas pernas bambearam e eu quase chorei. <o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="line-height: 115%;"><span style="font-family: inherit;">Mas não. <o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="line-height: 115%;"><span style="font-family: inherit;">Ele veio na humildade, perguntando
se eu aceitaria fazer o jantar de casamento da irmã mais nova dele. Um cardápio
simples e caseiro, para um casamento simples e caseiro. A quantia que ele
ofereceu daria para comprar dois food trucks. Quer saber? Tô ficando meio
cansada de tanta labuta.<span style="mso-spacerun: yes;"> Quero aposentar.</span><o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="line-height: 115%;"><span style="font-family: inherit;">Aceitei.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="line-height: 115%;"><span style="font-family: inherit;">----<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="line-height: 115%;"><span style="font-family: inherit;">O galpão do jantar era quente como
um inferno em brasa. Os ventiladores não davam conta de afastar o suor do rosto
e da roupa dos convidados - meliantes do baixo clero e suas mulheres, amantes,
<i>capanguetes</i>. <o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="line-height: 115%;"><span style="font-family: inherit;">Estava doida para ver a noiva. Adoro noivas, são sempre tão bonitas e felizes! <i>(Confesso que senti uma dorzinha no coração. Esse foi um trem que
não peguei. Desci na estação errada e agora estaria para sempre atrasada.)</i><o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="line-height: 115%;"><span style="font-family: inherit;">Quando ela chegou, desejei sinceramente que fosse muito feliz! <o:p></o:p></span></p><p class="MsoNormal" style="line-height: 115%;"><span style="font-family: inherit;">----------</span></p>
<p class="MsoNormal" style="line-height: 115%;"><span style="font-family: inherit;"><b><span style="color: #4c1130;">Primeiro baque da noite</span></b><o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="line-height: 115%;"><span style="font-family: inherit;">Ela era feia, feia, feia. O corpo
disforme e balofo parecia sofrer dentro do vestido branco apertado, que a fazia
parecer um bolo de noiva esmagado pelas mãos e saindo por entre os dedos. O
rosto era uma bolacha cravada de espinhas que a maquiagem não disfarçava. Um
leve buço escuro acima dos lábios, o nariz grande, a boca pequena. <o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="line-height: 115%;"><span style="font-family: inherit;">Olhava com timidez para todos os
lados e para baixo, como se pedindo desculpas por existir. Tive vontade de abraçá-la,
dizer para levantar a cabeça, enfrentar o mundo. Algo em mim gostou dela. Não era
pena. Vá entender. <o:p></o:p></span></p><p class="MsoNormal" style="line-height: 115%;"><span style="font-family: inherit;">--------</span></p>
<p class="MsoNormal" style="line-height: 115%;"><span style="font-family: inherit;"><b><span style="color: #4c1130;">Segundo baque da noite</span></b><o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="line-height: 115%;"><span style="font-family: inherit;">O noivo.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="line-height: 115%;"><span style="font-family: inherit;">Sim, é quem vocês estão pensando. <o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="line-height: 115%;"><span style="font-family: inherit;">Um meia-idade bonitão, apesar da
barriga e das rugas. O mesmo sorriso largo, olhos brilhantes. O cabelo e a
barba grisalhos eram um charme à parte. Deus às vezes dá asa a cobra. <o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="line-height: 115%;"><span style="font-family: inherit;">O mequetrefe tirara a sorte grande.
Conseguira seduzir uma coitada mais velha que ele, que podia oferecer dinheiro
e segurança. Tudo o que precisava fazer era continuar seu teatro de marido
amoroso e, de vez em quando, cumprir suas funções maritais. <span style="mso-spacerun: yes;"> </span><o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="line-height: 115%;"><span style="font-family: inherit;">Recolhi-me à copa e de lá não mais
saí. Eu estava irreconhecível, em nada lembrava a garota loura, magra, pele
louçã e vivaz que eu fora, mas porque dar chance ao azar? Será que aquela peste
iria me assombrar o resto da vida?<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="line-height: 115%;"><span style="font-family: inherit;">Decidi que pegaria minha parte do pagamento
e recomeçaria a vida em outro lugar o quanto antes<o:p></o:p></span></p><p class="MsoNormal" style="line-height: 115%;"><span style="font-family: inherit;">--------</span></p>
<p class="MsoNormal" style="line-height: 115%;"><span style="font-family: inherit;">Uma semana depois a noiva apareceu,
sozinha, no food truck. <o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="line-height: 115%;"><span style="font-family: inherit;">Sentou (precisou de dois bancos).
Tinha brigadeiros? Levei um prato com quase 20 docinhos e disse que era oferta
da casa. <o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="line-height: 115%;"><span style="font-family: inherit;"></span></p><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><span style="font-family: inherit;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEi24Q0G9NMzaef-XjLxVQnPKHFhHzaK4EeaGlm1Wdn5yX0s9rNpB1OK1tjS15tgP2AQLlafQTPVV2Rdb6qPTo6bL0Qkr1VsFZmEYMbTdt4QusjwXzOR3wPxCbGco9AnF0qrVwbbu6NMiFS2qVf_mPkICBr64PzgYgYyCjBc75m8a7OJB4VjU-8hXlO6zOc/s1920/CAPA%20JANTAR%20DE%20CASAMENTO%202024%20(1080%20x%201920%20px).jpg" style="clear: left; float: left; margin-bottom: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="1920" data-original-width="1080" height="320" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEi24Q0G9NMzaef-XjLxVQnPKHFhHzaK4EeaGlm1Wdn5yX0s9rNpB1OK1tjS15tgP2AQLlafQTPVV2Rdb6qPTo6bL0Qkr1VsFZmEYMbTdt4QusjwXzOR3wPxCbGco9AnF0qrVwbbu6NMiFS2qVf_mPkICBr64PzgYgYyCjBc75m8a7OJB4VjU-8hXlO6zOc/s320/CAPA%20JANTAR%20DE%20CASAMENTO%202024%20(1080%20x%201920%20px).jpg" width="180" /></a></span></div><span style="font-family: inherit;">Estava ainda mais feia e, agora,
não tinha mais o brilho da felicidade. Notei as sombras dançando em seus olhos,
a curvatura amarga nos cantos da boca, as unhas mal feitas, o cabelo duro. Era
eu há alguns anos. O maldito estava fazendo mais uma vítima. Ela só não sabia
ainda. <o:p></o:p></span><p></p>
<p class="MsoNormal" style="line-height: 115%;"><span style="font-family: inherit;">Começou a conversar como se fôssemos
velhas amigas. <o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="line-height: 115%;"><span style="font-family: inherit;">Contou que era professora – tudo
dentro da lei! - e conhecera o marido numa fila de mercado. Ele era tão
engraçado, e não se importou com a aparência ou idade dela. O amor é uma coisa estranha,
não é?, perguntou. É, respondi, é sim, a garganta seca. <o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="line-height: 115%;"><span style="font-family: inherit;">Sei que não sou bonita nem nova,
mas também tenho direito de ser feliz. Não é?<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="line-height: 115%;"><span style="font-family: inherit;">Tem, respondi, tem sim, a bile
subindo para minha boca. <span style="mso-spacerun: yes;"> </span><o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="line-height: 115%;"><span style="font-family: inherit;">E ele é um bom homem, me trata bem,
não se incomoda de meu irmão ser... você sabe. <o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="line-height: 115%;"><span style="font-family: inherit;">Sim, eu sei, a boca amarga. Sua
burra! Ele vai te usar e te botar sempre pra baixo, você vai comer todos os brigadeiros
do mundo até que um dia ele vai deixar de te procurar e dizer que a culpa é
sua, e se um dia esse seu irmão idiota morrer você vai ser largada como um pano
velho e sujo. Pega seu dinheiro e foge, foge pra uma ilha grega, talvez lá encontre
um homem que valorize suas qualidades, sua doçura, inteligência!<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="line-height: 115%;"><span style="font-family: inherit;">Tudo isso pensei, somente. Não tinha
o direito de estragar sua ilusão, não é? Se ela dizia estar feliz...<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="line-height: 115%;"><span style="font-family: inherit;">Ela comeu o último brigadeiro,
agradeceu e foi embora. <o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="line-height: 115%;"><span style="font-family: inherit;">Eu não podia mesmo ter feito nada
por ela, não é? Não é? <o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="line-height: 115%;"><o:p><span style="font-family: inherit;"> </span></o:p></p>
<p class="MsoNormal" style="line-height: 115%;"><o:p><span style="font-family: inherit;"> </span></o:p></p><div class="blogger-post-footer"><hr />
<a href="http://www.myblog.com">My Blog Name</a></div>Zoraya Cesarhttp://www.blogger.com/profile/12198659626382866081noreply@blogger.com11tag:blogger.com,1999:blog-2466388157829816161.post-23714881784021271382024-02-29T01:30:00.000-02:002024-02-29T01:30:00.150-02:00VAMOS NOS EXERCITAR >> whisner fraga<p></p><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjz2HiN8rgIAIsgKSnvVPgH3jcSjdPJpHTzTdG-_ut3bSJK55bDY8dZPyXIj4SKrLNtFF3x7MmBttNI_nIfLuljrKDYVc1wKmj_us30C24YxHfwPSEsYR2p7d03vERReyRG9_PIxnOlh8zTDTUwQcLxDk15gYaZ-LGWKHuBMRK4vset3VBNopbbYU5QbBZf/s1024/DALL%C2%B7E%202024-02-28%2014.49.17%20-%20uma%20pintura%20a%20%C3%B3leo,%20no%20estilo%20de%20caravaggio,%20de%20uma%20crian%C3%A7a%20andando%20de%20bicicleta%20com%20uma%20m%C3%A1scara%20para%20evitar%20a%20polui%C3%A7%C3%A3o%20da%20cidade.png" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="1024" data-original-width="1024" height="320" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjz2HiN8rgIAIsgKSnvVPgH3jcSjdPJpHTzTdG-_ut3bSJK55bDY8dZPyXIj4SKrLNtFF3x7MmBttNI_nIfLuljrKDYVc1wKmj_us30C24YxHfwPSEsYR2p7d03vERReyRG9_PIxnOlh8zTDTUwQcLxDk15gYaZ-LGWKHuBMRK4vset3VBNopbbYU5QbBZf/s320/DALL%C2%B7E%202024-02-28%2014.49.17%20-%20uma%20pintura%20a%20%C3%B3leo,%20no%20estilo%20de%20caravaggio,%20de%20uma%20crian%C3%A7a%20andando%20de%20bicicleta%20com%20uma%20m%C3%A1scara%20para%20evitar%20a%20polui%C3%A7%C3%A3o%20da%20cidade.png" width="320" /></a></div> <p></p><p>gostaria de circular de bike pela cidade,</p><p>é uma coisa meio nostálgica, já que, durante minha infância, utilizei muito este transporte,</p><p>ia à escola, à padaria, supermercado, futebol, à casa de amigos,</p><p>ia só andar, mesmo, brincar,</p><p>sem neura, porque acidente era algo inimaginável e, de fato, jamais acontecia,</p><p>era um negócio bem cobiçado, lembro que meu irmão prometeu dois anos de viagens sem reclamações à mercearia, todos os dias, se ganhasse uma monareta nova,</p><p>claro, a danada aportou no quintal de casa, mas jamais chegou perto de qualquer empório,</p><p>aqui, neste megalópole, com uma malha de ciclovias risível, não dá para arriscar,</p><p>ainda que as ruas não sejam planas, percebo que muitos têm vontade de pedalar, mas a maioria tem medo,</p><p>discuto com um entendido: como retirar carros e inserir bicicletas no cenário árido das ruas?,</p><p>não há resposta, mas desconfio que passe pelo poder público,</p><p>pelas lideranças municipais, estaduais, federais,</p><p>por incentivos (sobretudo financeiros), por mais pistas exclusivas,</p><p>por uma boa estratégia de marketing,</p><p>a cidade intransitável atrai cada vez mais carros,</p><p>muito pouco contra estas máquinas, mas se está tudo tão insustentável, se está, insustentável, se</p><p>está um calor aqui</p><p>e pouca gente anda de bicicleta.<br /></p><div class="blogger-post-footer"><hr />
<a href="http://www.myblog.com">My Blog Name</a></div>whisnerhttp://www.blogger.com/profile/00207211778430892789noreply@blogger.com1